Ministro da Justiça aponta necessidade de mais dinheiro e integração na área de segurança — Rádio Senado
Segurança Pública

Ministro da Justiça aponta necessidade de mais dinheiro e integração na área de segurança

O relator da CPI do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), questionou o ministro da justiça e segurança pública, Ricardo Lewandowski sobre a necessidade de reforço no efetivo e no orçamento da segurança pública. Lewandowski afirmou que o combate ao crime depende de mais recursos e lamentou o contingenciamento de R$ 500 milhões neste ano. O ministro também destacou a falta de integração entre órgãos de inteligência e defendeu que partidos e empresas se unam para impedir a infiltração criminosa na política e na economia.

09/12/2025, 15h08 - atualizado em 09/12/2025, 15h12
Duração de áudio: 02:40
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
O relator da CPI do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, questionou o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, sobre as atuais necessidades do Ministério para o combate aos grupos criminosos. (senador Alessandro Vieira) "O que nós precisamos? Então, se nós temos hoje 13.000 homens na Polícia Federal, o governo federal está capacitando mais 2.000. O quadro total previsto em lei é cerca de 15.000 homens. Precisamos de quantos homens? 30.000 homens, 45.000 homens?" Lewandowski defendeu mais recursos para a área e lamentou que meio bilhão de reais já foi contingenciado no ano de 2025. (ministro Ricardo Lewandowski) "A resposta para esta questão é, me perdoem o modo mais incisivo de colocar, é dinheiro, dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Sem dinheiro não se faz segurança pública. Inclusive uma das propostas do governo foi constitucionalizar o Fundo Nacional de Segurança Pública, o Fundo de políticas penitenciárias, para que essas verbas sejam perenes, não sejam contingenciadas". Já o vice-presidente da CPI, senador Hamílton Mourão, do Republicanos do Rio Grande do Sul, questionou Lewandowski sobre a integração das forças de segurança. (senador Hamilton Mourão) "Vossa Excelência considera que o sistema brasileiro de inteligência, concentrado na Agência Brasileira de Inteligência e que a correta, vamos dizer assim, utilização das fontes humanas, sinais, cibernética e de imagens ocorre realmente aqui no país? Vossa Excelência se sente realmente informado sobre o que acontece por parte desse sistema de inteligência?" O ministro lamentou que não haja, de fato, uma política de integração de informações. Lewandowski ainda pediu uma união de diversas áreas no combate à infiltração do crime organizado na política e na economia. (ministro Ricardo Lewandowski) "Fiz um repto aos presidentes partidos políticos, que selecionassem melhor aqueles aos quais dão legendas para concorrer aos diversos cargos eletivos. Também o setor privado tem que fazer esse trabalho, chamado “know your cliente”. Conheça seu cliente, saiba de onde vem o dinheiro que está sendo investido. Então, todos são responsáveis. O governo federal quer ser responsável também, vai assumir essa responsabilidade assim que o parlamento lhe der os instrumentos necessários". E ao responder o senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará, Lewandowski afirmou que não vê necessidade de separação do ministério em justiça e segurança pública. Ele ainda ressaltou o alto número de presos no país, cerca de 700 mil, e disse que a proximidade eleitoral não afeta as iniciativas de integração entre o governo federal e os estaduais na área de segurança. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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