Ministro da Justiça alerta sobre digitalização do crime organizado no país
Em participação na CPI do Crime Organizado, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, apontou que facções têm usado o mundo virtual para cometer crimes como o de tráfico de armas, drogas e pessoas. Ele explicou que esses grupos ampliaram sua atuação em setores legais para lavar dinheiro. O ministro lembrou que o Congresso Nacional está discutindo a PEC da Segurança Pública (PEC 18/2025) e o PL Antifacção (PL 5582/2025).

Transcrição
Em sua apresentação na CPI do Crime Organizado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a dificuldade no combate a esses grupos se dá, em parte, pelo avanço tecnológico e novos artifícios para obtenção e lavagem de dinheiro.
Ricardo Lewandowski – Tráfico de armas, de drogas, de pessoas, ocorre hoje no mundo virtual. O crime migrou do mundo fenomenológico, mundo físico, para o mundo virtual. É um crime que está, lamentavelmente, migrando da ilegalidade para legalidade. Nós sabemos hoje, não é um fenômeno de agora, ele está se infiltrando no setor de combustíveis, no setor de coleta de lixo, no setor da construção civil, setor até de streaming, fornecimento de ligações de internet.
O ministro da Justiça disse que uma das prioridades do governo é a integração internacional, já que as organizações criminosas que atuam no Brasil possuem ramificação em diversos países.
(ministro Ricardo Lewandowski ) "Acordos bilaterais, acordos multilaterais. Nós, só nesse ano, nós fizemos mais de 12. Com a França na fronteira da Guiana Francesa com o Amapá. Nós instalamos em Manaus o centro de cooperação policial internacional integrado por nove países fronteiros da Amazônia, nove estados membros da federação. Nós fizemos a duas semanas um encontro de ministros da Justiça, Segurança Pública e interior do Mercosul. Instalamos uma comissão Mercosul de combate ao crime organizado".
Ricardo Lewandowski ainda ressaltou as mudanças na legislação para o combate ao crime organizado.
(ministro Ricardo Lewandowski) "Temos outras propostas infraconstitucionais, como por exemplo, o aumento das penas relativas à receptação. Receptação desde tempos que o Código Penal foi instituído entre nós, era de 1 a 4 anos. O roubo de cargas, roubo de fios, de combustíveis, de produtos farmacêuticos, eletrodomésticos, todos eles são instigados pelos comerciantes inescrupulosos que se beneficiam. Em boa hora também o parlamento, a Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade e por aclamação esse nosso projeto".
O ministro da Justiça citou outros projetos que estão no Congresso Nacional e que podem colaborar na integração entre as diversas forças de segurança que atuam no território nacional.
Entre eles, a PEC da Segurança Pública, que está na Câmara dos Deputados, e o PL Antifacção em discussão no Senado. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

