Setor critica tabela de preços do programa Gás do Povo em audiência da comissão mista
A comissão mista que analisa o Gás do Povo discutiu a implementação do novo programa (MP 1313/2025), que deve substituir o Auxílio Gás e ampliar o número de famílias atendidas. O governo afirmou que as primeiras recargas começam ainda este mês. Distribuidoras e revendas consideraram a iniciativa positiva, mas criticaram os preços propostos, que estariam abaixo dos valores da ANP. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) defendeu a votação da MP ainda este ano.

Transcrição
Em audiência pública sobre o programa Gás do Povo, a diretora de Programas do Ministério do Desenvolvimento Social, Analúcia Alonso, sustentou que ainda este mês as primeiras famílias começam a ser atendidas. A gestora adiantou ainda que até março do ano que vem todos os beneficiários já poderão fazer as recargas dos botijões de gás pagas pelo governo. O debate foi realizado na comissão mista criada para analisar a medida provisória que institui o programa.
O Gás do Povo vai substituir o antigo Auxílio Gás, que atendia 5 milhões e 600 mil famílias. A expectativa agora é triplicar o número de beneficiários, com 15 milhões e meio de domicílios atendidos. A grande novidade da política pública é substituir o auxílio gás, que era pago em dinheiro, pela retirada gratuita do botijão diretamente nas revendedoras.
Segundo a representante do Ministério do Desenvolvimento Social, Analúcia Alonso, o objetivo da mudança é reduzir efetivamente a chamada pobreza energética, a falta de acesso de parte da população a formas modernas e seguras de energia, como o gás de cozinha. Ao receber o auxílio em dinheiro, muitas vezes o beneficiário usaria esse recurso para outras finalidades.
(Analúcia Alonso) “A gente está falando da pobreza energética, e nesse cenário os indicadores ainda são alarmantes das pessoas que não conseguem ter uma cocção limpa, e isso se reflete na saúde das crianças e das mulheres, principalmente, com a fuligem da lenha queimada e as queimaduras".
Segundo Sergio Bandeira de Mello, presidente do sindicato nacional das distribuidoras do setor, o Sindigás, o único ponto que “assustou” um pouco o mercado foi a tabela de preços proposta pelo governo. O programa vai beneficiar famílias inscritas no Cadastro Único, com renda de até meio salário mínimo. Quem recebe o Bolsa Família vai ter prioridade. No geral, os participantes do debate consideram o programa Gás do Povo positivo. Da Rádio Câmara, de Brasília, Maria Neves

