Plenário aprova a criação do Programa Nacional de Prevenção à Depressão
O Plenário do Senado aprovou a criação do Programa Nacional de Prevenção à Depressão (PL 4.712/2019). O programa, que terá ações permanentes voltadas para crianças e adolescentes, prevê capacitação de profissionais, combate ao preconceito e apoio aos familiares. O psiquiatra Gustavo Gomes de Sá reforçou que a depressão não é frescura e precisa ser diagnosticada. A proposta, aprovada com mudanças, volta para a Câmara.

Transcrição
O PLENÁRIO APROVOU A CRIAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE PREVENÇÃO À DEPRESSÃO.
ENTRE AS AÇÕES, ESTÃO CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E APOIO AOS FAMILIARES DE QUEM TEM A DOENÇA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
O projeto original da Câmara dos Deputados acrescentava algumas ações na Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão, que acontece anualmente no período que compreende o dia 10 de outubro.
Mas a relatora, senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, decidiu alterar a proposta para criar o Programa Nacional de Prevenção à Depressão com medidas permanentes ao longo de todo o ano.
Entre elas, estão campanhas educativas, debates, palestras e outros eventos que tratem de todos os aspectos da doença com foco também para crianças e adolescentes.
A proposta prevê políticas públicas para o enfrentamento da depressão e a divulgação de avanços no diagnóstico e no tratamento da doença.
Pelo projeto, os pacientes deverão ser encaminhados para acompanhamento no Caps - Centro de Atenção Psicossocial do SUS - e na rede privada.
O senador Marcelo Castro, do MDB do Piauí, que é médico, afirmou que o programa vai ampliar os cuidados com a depressão, que pode levar ao suicídio.
(senador Marcelo Castro) "Como senador e também psiquiatra, vejo com muito otimismo esta iniciativa. A depressão não escolhe idade gênero ou condição. É nossa responsabilidade garantir que o SUS ofereça diagnóstico e tratamento adequados, além de criar redes de acolhimento e prevenção eficazes. Esta aprovação aprovação demonstra que estamos avançando na construção do Brasil mais justo, mais humano e mais saudável."
O relatório da senadora Leila Barros também estabelece capacitação continuada dos profissionais de saúde, combate ao preconceito social e apoio aos familiares de quem tem a doença.
Ao destacar a necessidade de diagnóstico e tratamento, o psiquiatra Gustavo Gomes de Sá reforçou que a depressão não pode ser considerada frescura ou preguiça.
(Gustavo Gomes de Sá) "Sintomas como tristeza constante, perda do interesse por atividades que foram apreciados anteriormente, isolamento social, fadiga, culpa, auto estima abalada, ideação suicida, mudanças no padrão de sono e do apetite são os sinais de alerta para busca por ajuda. O tratamento é possível e é eficaz com uso de medicações psicotrópicas, psicoterapia de apoio e mudança nos hábitos de vida. Cuidar da saúde mental é tão fundamental quanto cuidar do o corpo. Buscar a ajuda de um profissional ao perceber mudanças pode fazer toda a diferença."
Segundo o Ministério da Saúde, a depressão atinge mais de 15% da população brasileira.
No ano passado, foram registrados mais de 113 mil pedidos de afastamento do trabalho por episódios depressivos e mais de 52 mil pelo chamado transtorno recorrente.
Aprovado com mudanças pelo Senado, o projeto volta para a Câmara dos Deputados. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

