Haddad defende isenção de IR até R$ 5 mil em audiência no Senado — Rádio Senado
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Haddad defende isenção de IR até R$ 5 mil em audiência no Senado

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realizou, nesta terça-feira (14), audiência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o Projeto de Lei nº 1.087, de 2025, que atualiza a tabela do Imposto de Renda, cria tributação mínima para altas rendas e taxa lucros e dividendos acima de R$ 50 mil por mês.

14/10/2025, 17h02 - atualizado em 14/10/2025, 17h33
Duração de áudio: 03:04
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Transcrição
HADDAD DEFENDE JUSTIÇA TRIBUTÁRIA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS E DIZ QUE REFORMA DO IR “CORRIGE PRIVILÉGIOS HISTÓRICOS”. SENADORES DIVERGEM SOBRE IMPACTO DO PROJETO NA CARGA TRIBUTÁRIA. REPÓRTER MARCELLA CUNHA A Comissão de Assuntos Econômicos ouviu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele apresentou a estratégia do governo para o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até 5 mil reais e afirmou que a medida torna o sistema mais progressivo. Segundo Haddad, a proposta acaba com privilégios e faz parte de uma trajetória de ajuste das contas públicas com justiça social. E é muito curioso que setores muito conservadores da nossa sociedade, equivocadamente, tratem o corte de gasto tributário como aumento de tributo e não como o fim de um privilégio. É curioso isso. Você cortar gasto tributário no Brasil é encarado pela imprensa, como um todo, não como o fim de um privilégio que foi dado momentaneamente, mas como aumento de imposto. E não poderia haver equívoco maior do que isso.   Haddad destacou que a proposta corrige distorções históricas e amplia a faixa de isenção até R$ 7.350, beneficiando 25 milhões de brasileiros. Segundo ele, apenas 0,1% da população, com rendimentos mais altos, passará a contribuir mais, enquanto a grande maioria pagará menos ou deixará de pagar. Para o líder do Governo, senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, a reforma representa um passo decisivo na luta contra a desigualdade, especialmente entre as regiões do país. É óbvio que o contingente nordestino dá um salto, porque a concentração de gente com baixo poder de compra é muito alta lá. Porque isso vai ser mais dinheiro no mercado. Esse pessoal que vai deixar de pagar não é investidor, porque ele vai gastar em questões essenciais para a vida dele: ou melhorar a casa, ou comprar uma outra roupa, ou melhorar o alimento de dentro de casa. Esse é o resultado mais importante. Essa roda faz a roda da economia girar, o emprego aumentar e também segura a inflação. Mas senadores da oposição criticaram o que chamaram de “visão arrecadatória” do atual governo. O senador Carlos Portinho, do PL do Rio de Janeiro, também alertou para o risco de perda de competitividade internacional e de aumento indireto de carga tributária. Não sou nem economista para poder duvidar, mas falo como cidadão. A percepção da sociedade é que ela paga mais caro e compra menos, e o dinheiro não cabe no final do mês nas suas contas. E, nessa visão de Estado do atual Governo, ele precisa arrecadar mais; mas ele precisa arrecadar mais gerando mais imposto. E, infelizmente, eu confesso que, nesta quadra a gente só tratou aqui de aumento de imposto. Eu tenho medo. Toda semana vem um projeto de aumento de imposto. Haddad reafirmou que o projeto atinge uma minoria de altas rendas e preserva pequenos negócios e o Simples. O debate na CAE abriu a série de audiências públicas sobre o projeto, relatado pelo senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, que prevê votar o texto ainda em outubro. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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