Senado debate estratégias de combate à violência contra mulher no fim do Agosto Lilás
O Senado teve nesta terça-feira (26) uma sessão temática sobre estratégias de combate ao feminicídio e à violência doméstica, que abordou as causas da violência contra a mulher e buscou soluções para reduzir os crimes e fortalecer a rede de proteção às vítimas. A iniciativa foi proposta pela senadora Leila Barros (PDT-DF), que ressaltou a importância de compreender o problema para desenvolver respostas eficazes. O evento reuniu senadores, especialistas e representantes de diversas instituições.

Transcrição
O SENADO PROMOVEU NESTA TERÇA-FEIRA UMA SESSÃO TEMÁTICA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FEMINICÍDIO, MARCANDO O ENCEERRAMENTO DA CAMPANHA DO AGOSTO LILÁS.
ESPECIALISTAS DESTACARAM A NECESSIDADE DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. REPÓRTER MARINA DANTAS:
Pelo encerramento da Campanha Agosto Lilás, de conscientização e combate à violência contra a mulher, o Senado promoveu uma sessão temática para debater as causas da violência contra a mulher e buscar propostas para reduzir os crimes e fortalecer a rede de proteção às vítimas.
Segundo a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher de 2023 do DataSenado, 30% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem.
A representante do Ministério das Mulheres, Estela Bezerra, explicou que ainda é difícil desenvolver tecnologias que consigam coibir a violência dentro dos lares, mas que a tipifcação do crime em leis específicas como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio é um dos caminhos necessários para que a legislação brasileira se torne mais eficaz no combate a esse tipo de violência. Para além das leis, Estela também reforçou a necessidade de ascensão das mulheres na sociedade.
(Estela Bezerra): "A questão da violência contra a mulher não é a questão de força, é o poder que incide sobre a mulher para torná-la subalterna. Para a gente retirar a mulher desse lugar, a gente precisa elevar o nosso status na sociedade. É preciso ter mais mulheres no poder, mais mulheres nos espaços econômicos de decisão. Nós precisamos elevar a nossa condição social, só assim a prevenção vai ser eficaz.
Para a assessora Sênior da ONU Mulheres no Brasil, Ana Teresa Iamarino, a violência que atinge o público feminino necessita de uma prevenção que vai desde a mudança de atitudes e comportamentos até ações planejadas de acesso à justiça.
(Ana Teresa Iamarino): "Então, infelizmente, a gente está hoje vivendo uma realidade em que a gente avançou muito nas normativas de punição, mas infelizmente a gente está assistindo um aumento dos casos de violência. E a causa disso é que a gente precisa olhar mais profundamente, de maneira estruturante, para os reforços dos estereótipos de gênero, que está na base dessa nossa sociedade ainda patriarcal, ainda machista."
A sessão foi realizada a pedido da senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, em conjunto com outros senadores. Ela reforçou a necessidade de conhecer o problema afundo para que a resposta seja eficaz.
(Leila Barros): " Devemos discutir a real situação das casas-abrigos, dos centros de atendimento, das delegacias especializadas e a interiorização desses serviços. É preciso debater o fortalecimento da rede de proteção, a valorização dos profissionais que atuam neste enfrentamento e a necessidade de incluir a temática de igualdade de gênero desde a infância no ambiente escolar."
A sessão de debates temáticos contou com a presença de senadores, instituições do governo federal, sindicatos, organizações não governamentais, especialistas e ativistas. Sob supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Marina Dantas.

