Atuação do Cemaden diante dos desastres climáticos extremos é tema de debate no Senado — Rádio Senado
Monitoramento climático

Atuação do Cemaden diante dos desastres climáticos extremos é tema de debate no Senado

A Comissão de Ciência e Tecnologia debateu nesta quarta-feira (13) o papel do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, na prevenção de desastres causados por mudanças climáticas (REQ 11/2025-CCT). A diretora do Cemaden, Regina Alvalá, disse que 1.133 municípios em risco, com 60% da população do país, são hoje monitorados. Já o coordenador de pesquisas, José Marengo, defendeu a difusão da cultura de percepção do risco de desastres. O senador Flávio Arns (PSB-PR) espera que o debate gere desdobramentos no Congresso Nacional.

13/08/2025, 15h19 - atualizado em 13/08/2025, 15h28
Duração de áudio: 02:56
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DEBATEU O PAPEL DO CEMADEN DIANTE DA ESCALADA DE CHUVAS INTENSAS E SECAS PROLONGADAS DECORRENTES DO AQUECIMENTO GLOBAL. REPRESENTANTES DO CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS APONTARAM CAMINHOS PARA A PREVENÇÃO DE DESASTRES. REPÓRTER CESAR MENDES. Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais tem como missão gerenciar a atuação do governo nas ocorrências, com a vigilância das áreas de risco em municípios vulneráveis, a elaboração de alertas, o desenvolvimento de sistemas de observação e modelos computacionais, e a divulgação de estudos sobre os  desastres naturais. No debate da Comissão de Ciência e Tecnologia, a diretora do Cemaden, Regina Alvalá, explicou que as mudanças climáticas multiplicam as instabilidades, dentre elas, a alteração no padrão das chuvas em diferentes regiões do planeta, sendo essa a ocorrência mais associada aos desastres. (Regina Alvalá) "Entre os vários impactos, destacam-se então extremos climáticos mais intensos e frequentes, com as ondas de calor, ondas de frios, os furacões, secas, incêndios, os deslizamentos de terra, as enxurradas, as inundações." Segundo Regina Alvalá, o monitoramento de desastres relacionados à ocorrência de chuvas, com destaque para os deslizamentos de terra e os alagamentos, começou a ser feito pelo Cemaden em 2011, quando criado, em 56 municípios críticos. Esse número foi ampliado para 821, em 2012, e atualmente já chega a 1.133 municípios. (Regina Alvalá) "Nós temos 5.570 municípios no território brasileiro e nesses 1.133,  vivem 60% da população." Coordenador de Pesquisa do Cemaden, Jose Antonio Marengo destacou que as projeções mostram claramente o aumento do número de desastres em todo o mundo, com efeitos que atingem principalmente a população mais pobre; e defendeu a importância da difusão da cultura de percepção do risco de desastres. (Jose Antonio Marengo) "Nós podemos ter a melhor previsão de desastres, mas se a população não entende, se o pessoal da defesa civil, se os prefeitos ou os vereadores não entendem o que é o desastre, então muitas vezes não agem. Então nós temos que criar essa cultura de percepção de risco dos desastres e isso envolve obviamente socioeconomia, capacidade de preparação da população." Para o senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, é preciso investir na população mais jovem.  (senador Flávio Arns) "Mudar as cabeças, a mentalidade, a cultura dessa população jovem; porque, às vezes, mudar a cabeça do adulto, a gente sabe que é algo necessário, porém complicado; então vamos pensar na geração futura." Flávio Arns avalia que o debate vai ajudar a esclarecer de que forma o Senado pode contribuir para o bom funcionamento do Cemaden. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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