Hadadd virá ao Senado em 6 de agosto debater medidas tributárias
O ministro da Fazenada, Fernando Haddad, será ouvido no dia 6 de agosto na comissão mista da MP 1.303/2025, que taxa investimentos. A proposta cria alíquota única de 17,5% e tributa aplicações isentas. O debate ocorre em meio à tensão com os EUA sobre tarifas.

Transcrição
O MINISTRO DA FAZENDA, FERNANDO HADDAD, SERÁ O PRIMEIRO A SER OUVIDO NA COMISSÃO MISTA DA EMEPÊ SOBRE TRIBUTOS EM APLICAÇÕES FINANCEIRAS.
A REUNIÃO ACONTECE NO MOMENTO EM QUE O MINISTRO TAMBÉM NEGOCIA COM OS ESTADOS UNIDOS A REVISÃO DAS TARIFAS SOBRE PRODUTOS BRASILEIROS.
A REPÓRTER MARCELLA CUNHA TEM OS DETALHES
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será o primeiro a ser ouvido pela comissão mista da Medida Provisória que trata da taxação sobre investimentos financeiros e ativos virtuais.
Ele participará da primeira audiência pública, agendada para o dia 6 de agosto, e deve detalhar cada ponto da MP.
Entre eles, o que cria uma alíquota única de 17,5% para aplicações financeiras, e o que passa a tributar investimentos antes isentos, como a LCI.
Mas para o senador Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal, a medida atinge os fundos do agronegócio e da construção civil, dois setores que geram empregos.
E desestimula o investimento direto, empurrando os empresários para dependerem de empréstimos bancários caros, como explicou Izalci.
(senador Izalci Lucas) "O que essa medida propõe é que, em vez de cobrar o juro desse capital próprio, que é o capital do empresário, não, eles querem taxar, aumentando de 15% para 20%, ou seja, forçam o empresário a ter que ir para o sistema financeiro. Então, se ele quiser, vai ter pagar a Selic que está lá, a taxa de juros absurda que tem no banco. Esse Governo só pensa em taxar. A gente não vê nada nessa medida provisória de corte de despesa."
Mas o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, do PT do Amapá, garante que o objetivo do texto é corrigir desigualdades no sistema tributário.
(senador Randolfe Rodrigues) "É medida de justiça tributária. Nós estamos aumentando o carga tributária. Nós estamos ponderando na medida provisória, que é sobre CSLL, por exemplo, que não é aceitável que a maioria dos brasileiros paguem tributos, e uma parcela pequena, que estão nos bancos, que são os multimilionários, não paguem."
A discussão sobre a MP acontece no momento em que o Brasil também negocia a redução das taxas aplicadas pelo Governo americano aos produtos brasileiros.
O ministro Haddad foi procurado pela Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos para agendar uma reunião.
Ele confirmou que haverá uma nova rodada de negociações e que o Brasil apresentará seu ponto de vista às autoridades americanas.
Para auxiliar os setores prejudicados, o governo brasileiro planeja divulgar nos próximos dias um "plano de contingência", que deve contar com linhas de crédito e apoio para a indústria e para a manutenção dos empregos.
Da Rádio Senado, Marcella Cunha

