Marcos Pontes enaltece missão em Washington, mas alerta para risco de nova sobretaxa
O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) avalia que a missão do Senado nos Estados Unidos foi exitosa ao adiar o tarifaço americano para o dia 6 de agosto e salvar 694 itens da sobretaxa, como aviões e suco de laranja. E alertou que, se Brasil mantiver diesel russo, projeto dos EUA pode taxar outros produtos em 500%.
Transcrição
PARA O SENADOR ASTRONAUTA MARCOS PONTES, A COMITIVA DO SENADO FOI EFETIVA PARA MINIMIZAR O TARIFAÇO DE DONALD TRUMP.
MAS DEFENDE QUE O DIÁLOGO PRECISA CONTINUAR PARA EVITAR QUE O BRASIL SEJA TAXADO PELA COMPRA DE DIESEL DA RÚSSIA.
REPÓRTER MARCELLA CUNHA
Na avaliação do senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, a missão oficial do Senado aos Estados Unidos conseguiu suavizar o impacto do decreto que eleva para 50% as tarifas sobre a maioria dos produtos brasileiros.
São 694 itens que ficaram de fora da sobretaxa, como aeronaves da Embraer, energia, suco de laranja, aço bruto e petróleo.
Graças ao diálogo, o início da cobrança foi adiado de 1º para 6 de agosto, dando fôlego para novas negociações diplomáticas.
A taxação foi justificada pela Casa Branca como resposta ao que Donald Trump descreve como uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Mas segundo Pontes, essa situação não vai ser modificada através de tarifas e é preciso separar comércio bilateral de questões políticas e pessoais.
(senador Marcos Pontes) "Uma tarifa alta não resulta em mudança de opinião do STF. O que a gente não pode admitir são pessoas perdendo emprego, empresas sendo fechadas por uma razão que não tem absolutamente nenhum sentido de ser e muito menos efetividade da questão do Bolsonaro."
Pontes também reforçou que o Brasil precisa se antecipar à aprovação, pelo Congresso americano, de um projeto que cobra até 500 % de tarifa sobre produtos de países que continuem comprando diesel ou outros combustíveis da Rússia.
(senador Marcos Pontes) "Com o passar do tempo outros produtos provavelmente vão entrar também nessa isenção, vão sair dessa 'sobretarifa' e a gente tem que tomar cuidado para não ser enquadrado no rol de países que fazem compras de derivados de petróleo da Rússia, de certa forma indiretamente financiando o combate com a Ucrânia. Isso sim vai ter taxação muito maior, que já está no Congresso Americano. Portanto, é um risco que a gente tem que mitigar antes que chegue na nossa porta."
Apesar do avanço no diálogo entre os Parlamentos, Pontes defendeu que só um encontro presencial entre Lula e Donald Trump pode destravar o impasse. Para o senador, certas tratativas precisam estar no nível dos chefes de Estado.
Da Rádio Senado, Marcella Cunha
