Comissão de senadores faz um balanço das reuniões nos Estados Unidos — Rádio Senado
Diplomacia Parlamentar

Comissão de senadores faz um balanço das reuniões nos Estados Unidos

Em entrevista coletiva na embaixada brasileira em Washington nesta quarta-feira (30), a comitiva de senadores que viajou aos Estados Unidos para abrir um canal de negociação diante do anúncio, por Donald Trump, da sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, fez um balanço das reuniões com parlamentares e empresários norte-americanos. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) disse que cabe agora ao governo brasileiro manter o canal de diálogo aberto pela diplomacia parlamentar.

30/07/2025, 18h08 - atualizado em 30/07/2025, 18h15
Duração de áudio: 03:00
Foto: Nelson Trad Filho/Flickr.com

Transcrição
A COMITIVA DE SENADORES QUE VIAJOU AOS ESTADOS UNIDOS PARA NEGOCIAR O ADIAMENTO DA ENTRADA EM VIGOR DA TARIFA DE 50% SOBRE PRODUTOS BRASILEIROS, ANUNCIADA POR DONALD TRUMP, APRESENTOU UM BALANÇO DAS REUNIÕES DESTA SEMANA EM ENTREVISTA COLETIVA, NA EMBAIXADA DO BRASIL EM WASHINGTON. O REPÓRTER CESAR MENDES TEM MAIS INFORMAÇÕES. Após realizar uma série de reuniões com empresários e parlamentares norte-americanos, desde o início da semana, a comitiva de senadores que viajou aos Estados Unidos para tentar abrir um canal de negociação diante do anúncio, por Donald Trump, de uma sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, fez um balanço desses encontros em Washington, em entrevista coletiva na embaixada brasileira, na manhã desta quarta-feira. O senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, presidente da Comissão de Relações Exteriores e chefe da missão, explicou que as reuniões criaram um clima propício à negociação e cabe agora ao governo brasileiro dar continuidade a esse trabalho. (senador Nelsinho Trad) "A gente veio para fazer a diplomacia parlamentar, que estava fria; a gente conseguiu reaquecer ela, distensionar a relação; fomos recebidos por nove parlamentares: oito democratas, um republicano; e conseguimos passar para eles a necessidade de manter esse canal de diálogo diante do caminho que nós vamos ter pela frente." A senadora Tereza Cristina, do Progressistas de Mato Grosso do Sul, deixou claro que a comitiva entendeu a importância, para os norte-americanos, de interromper a entrada de recursos na Rússia por meio de trocas comerciais, para atingir assim o financiamento da guerra daquele país contra a Ucrânia; mas o senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, lembrou que não é fácil substituir a importação de fertilizantes e óleo diesel russos, estratégicos para a economia do Brasil, em especial para o agronegócio. (senador Jaques Wagner) "Nós temos um agronegócio potentíssimo e nós temos dependência praticamente 100% de fertilizantes. Não tem fertilizante no anúncio classificado de nenhum jornal; fertilizantes faltam no mundo inteiro, não tem como deixar de comprar. Só se for para parar o agronegócio." De acordo com o senador Esperidião Amim, do Progressistas de Santa Catarina, o setor empresarial norte-americando apoia o adiamento da entrada em vigor da nova tarifa de 50%. No entanto, o senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, alertou que o Brasil precisa entender o alerta dos norte-americanos, de que a nossa dependência de produtos importados da Rússia poderá levar a novas sansões comerciais. (senador Carlos Viana) "Há outra crise pior que pode nos atingir nos próximos 90 dias: Eles irão aprovar uma lei que vai criar sanções automáticas para todos os países que negociam com a Rússia. Será uma decisão do Congresso americano." Segundo os senadores, ficou claro que o governo brasileiro não vai deixar que o problema da taxação interfira no julgamento da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023; e também que essa negociação comercial está apenas começando.  Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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