Licenciamento ambiental aguarda sanção e divide opiniões
Seguiu para a sanção presidencial o projeto da nova Lei Geral de Licenciamento Ambiental (PL 2.159/2021), aprovada pelo Congresso Nacional após quase duas décadas de debates. O projeto estabelece regras mais simples para a concessão de licenças e cria modalidades como a Licença por Adesão e Compromisso, com declaração do próprio empreendedor. Ambientalistas apontam riscos à proteção de biomas e povos tradicionais, enquanto setores produtivos veem mais agilidade e segurança jurídica no processo.

Transcrição
SENADORES SE DIVIDEM SOBRE A SANÇÃO OU VETO À NOVA LEI GERAL DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL.
OS CONTRÁRIOS AO PROJETO ALERTAM QUE AS REGRAS FORAM FLEXIBILIZADAS. E OS FAVORÁVEIS CITAM AGILIDADE NOS PROCESSOS. REPÓRTER HENRIQUE NASCIMENTO.
Segue para sanção presidencial o projeto de lei da nova Lei Geral de Licenciamento Ambiental.
Aprovada pelo Senado em maio e pela Câmara dos Deputados em julho, a proposta estabelece regras para a concessão de licenças ambientais no país.
Setores do agronegócio, construção civil e infraestrutura comemoram o novo marco, que, segundo eles, garante mais agilidade e segurança jurídica para empreendimentos de pequeno e médio porte.
Mas, para organizações ambientais e parte dos parlamentares, o projeto representa um retrocesso na proteção ambiental por flexibilizar as normas para a liberação de obras.
Entre os pontos mais polêmicos está a Licença por Adesão e Compromisso, que poderá ser solicitada sem a necessidade de estudos de impacto ambiental, como aponta o senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo.
(senador Fabiano Contarato) "Estamos falando aqui em médio poluidor para alto licenciamento. Para alguns, esse licenciamento pode levar a tragédias, como aconteceu em Mariana. Vamos autorizar uma LAC, que é o licenciamento ambiental por adesão ou compromisso... Os órgãos fiscalizadores tiverem agilidade é que vão fazer a pesquisa, mas o dano já vai estar sendo feito ali naquele contexto.
Os deputados aprovaram todas as mudanças feitas pelo Senado. Entre elas a licença especial para projetos considerados estratégicos para o governo, mesmo com degradação ambiental.
O relator na Comissão de Meio Ambiente do Senado, Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, afirmou que a proposta buscou equilíbrio após décadas de discussão no Congresso Nacional.
(senador Confúcio Moura) "Ele simplifica, agiliza e estabelece prazos e também coloca modelos, chamado de licença de adesão e compromisso. A licença por adesão deve atender entre 70% a 80% dos licenciamentos de pequeno porte. Já os de médio e grande porte continuam exigindo estudos de impacto ambiental bem formatados.
Uma das mudanças dificulta a aplicação de multas pelo Ibama e desobriga o Iphan e a Funai de se manifestarem sobre impactos em áreas que não estejam oficialmente homologadas.
O presidente Lula terá o prazo de 15 dias úteis para se manifestar.
Com supervisão de Hérica Christian, da Rádio Senado, Henrique Nascimento.

