Cid Gomes propõe aumento do tempo de quarentena para ex-dirigentes do Banco Central
O senador Cid Gomes (PSB-CE) apresentou um projeto de lei complementar (PLP 144/2025) que aumenta de seis meses para quatro anos o prazo de quarentena previsto em lei para ex-dirigentes do Banco Central. A proposta foi apresentada na mesma semana em que o economista Roberto Campos Neto, ex-presidente da instituição, aceitou um cargo numa entidade financeira privada, logo após cumprir o período obrigatório de afastamento de quaisquer atividades no setor.

Transcrição
O SENADOR CID GOMES APRESENTOU UM PROJETO QUE AUMENTA DE SEIS MESES PARA QUATRO ANOS O PRAZO DE QUARENTENA PREVISTO EM LEI PARA EX-DIRIGENTES DO BANCO CENTRAL.
A PROPOSTA FOI PROTOCOLADA NA MESMA SEMANA EM QUE O ECONOMISTA ROBERTO CAMPOS NETO, EX-PRESIDENTE DA INSTITUIÇÃO, ACEITOU UM CARGO NUMA ENTIDADE FINANCEIRA PRIVADA, LOGO APÓS CUMPRIR O PERÍODO OBRIGATÓRIO DE AFASTAMENTO DE QUAISQUER ATIVIDADES NO SETOR. REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS.
O senador Cid Gomes, do PSB do Ceará, apresentou uma proposta para aumentar de seis meses para quatro anos o prazo de quarentena obrigatória a que tem que se submeter o presidente e os diretores do Banco Central, após o exercício do mandato, exoneração a pedido ou demissão justificada. Esse prazo existe para evitar risco de conflito de interesse.
Pela lei, essas autoridades não podem, nesse período, exercer qualquer atividade, com ou sem vínculo empregatício, junto a instituições que façam parte do sistema financeiro nacional.
Na opinião de Cid Gomes, o prazo atual, de seis meses, é muito curto, ainda mais se vier associado à autonomia conferida à instituição. Segundo o senador, mecanismos de controle da inflação, como a elevação da taxa de juros, podem estar sendo utilizados mais para atender a interesses do mercado financeiro do que para efetivamente segurar os preços.
O senador acredita que o caso de Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, ilustra a sua proposta. Ele lembrou que depois de cumprir a quarentena de seis meses no último dia 1º de julho, o economista foi contratado para ocupar um cargo criado exclusivamente para ele numa instituição financeira.
O que são seis meses diante de um mandato de quatro anos, em que se tomaram decisões que impactam trilhões em créditos, dívida pública, emprego, consumo e rentabilidade? [...] O que são seis meses para alguém que, em nome do interesse público, traçou a linha entre o que o setor financeiro poderia ou não lucrar?
Ao afirmar que Roberto Campos Neto nada de ilegal fez ao aceitar a proposta de uma instituição privada, depois de cumprir a quarentena, o líder da oposição, senador Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, destacou a gestão do economista à frente do Banco Central e afirmou que suas decisões foram necessárias.
9% de juros reais ao ano é uma taxa de juros que inibe quem quer investir, quem quer empreender, quem quer edificar, mas é um antídoto necessário ao descalabro, ao desajuste, ao populismo e à falta de compromisso deste Governo com a política fiscal, um Governo que não faz o seu dever de casa, que não corta gastos, que aumenta impostos, que gera imprevisibilidade e insegurança jurídica.
O Banco Central é responsável pelo controle da inflação, por meio de uma política monetária. Outra missão do banco é zelar pela estabilidade e eficiência do sistema financeiro e estimular o pleno emprego. Da Rádio Senado, Alexandre Campos.

