Parlamentares homenageiam centenário de nascimento de Mãe Stella de Oxóssi

Transcrição
O CENTENÁRIO DA MÃE STELLA DE OXÓSSI FOI TEMA DA SESSÃO SOLENE DO CONGRESSO DESTA QUINTA-FEIRA. A LÍDER RELIGIOSA FOI REFERÊNCIA NA LUTA POR RESPEITO E RESGATE DA MEMÓRIA CULTURAL AFRO-BRASILEIRA. A REPÓRTER MARINA DANTAS ACOMPANHOU A SESSÃO E TRAZ MAIS INFORMAÇÕES: Maria Stella de Azevedo Santos, mais conhecida como Mãe Stella de Oxóssi, foi uma das mais relevantes lideranças religiosas do Brasil. Sua luta se baseou na contribuição para a memória da cultura afro-brasileira, contra a intolerância religiosa e na promoção da igualdade racial. Além de ialorixá, ou seja, Mãe de Santo do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, Mãe Stella também foi escritora, e deixou um legado por meio de livros e artigos sobre religião e ancestralidade. Com seu histórico de resistência e luta contra a intolerância religiosa e o racismo, recebeu diversas honrarias, como a Medalha Zumbi dos Palmares e a oportunidade de ser a primeira Mãe de Santo a ocupar uma cadeira na Academia de Letras da Bahia. Na educação, teve papel fundamental ao fundar a Escola Eugênia Anna dos Santos, em Salvador, dedicada à preservação da história e das tradições afro-brasileiras.  O centenário de nascimento da líder religiosa foi tema da sessão solene do Congresso Nacional desta quinta-feira. O evento foi realizado a partir de um requerimento do senador Jaques Wagner, do PT, e dos deputados federais Bacelar, do PV, e Lídice da Mata, do PSB, todos da Bahia.  Wagner destacou que celebrar o centenário de Mãe Stella de Oxóssi vai além de uma homenagem à sua grandeza, é um reconhecimento de sua trajetória e da luta incansável em defesa do candomblé e das religiões de matriz africana. (senador Jaques Wagner): "Essa é a primeira sessão do Congresso Nacional a homenagear uma mãe de santo, ou seja, uma sacerdotisa das religiões de matriz africana. Então, acho muito simbólico isso, tenho muito orgulho de ser um dos proponentes dessa sessão. Isso me enche de orgulho porque a motivação é, não só de homenageá-la, mas de valorizar e de nos comprometer com tudo que ela defendia, que é o combate ao preconceito, a discriminação." A ministra da Cultura, Margareth Menezes, reforçou o compromisso com a preservação da memória e da cultura brasileira, e destacou que a homenagem transforma a celebração em um símbolo de justiça, reparação histórica e valorização das tradições com raízes africanas. (ministra Margareth Menezes): "A vida e a obra de Mãe Estela de Oxóssi são um legado vivo que nos desafia a manter acesa a chama da tradição, da memória e do respeito às raízes negras e africanas que formam nossa identidade. Que esse centenário não apenas celebre suas conquistas e ensinamentos, mas que também se torne um símbolo de resistência, sabedoria e amor à nossa cultura." A sessão contou com a presença de autoridades federais e representantes das religiões de matriz africana. Sob supervisão de Alexandre Campos, da Rádio Senado, Marina Dantas.