Mudanças climáticas mostram importância da cooperação entre países do Brics
"Diálogo Interparlamentar do Brics sobre Clima e Sustentabilidade" foi o tema da terceira sessão de trabalho do XI Fórum Parlamentar do Brics, nesta quinta-feira, (5), no Plenário do Senado. Na presidência da reunião, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, disse que enfrentar as mudanças do clima não é mais uma questão para as próximas gerações e a cooperação entre os países do Brics é fundamental nesse esforço. Representantes de seis países participaram do debate.

Transcrição
O PLENÁRIO DO SENADO ABRIGOU NA MANHÃ DESTA QUINTA-FEIRA, ÚLTIMO DIA DO FÓRUM PARLAMENTAR DO BRICS, O DEBATE SOBRE CLIMA E SUSTENTABILIDADE. VEJA NA REPORTAGEM DE CESAR MENDES.
O "Diálogo Interparlamentar do Brics sobre Clima e Sustentabilidade", tema da terceira sessão de trabalho do XI Fórum Parlamentar do Brics, teve representantes de 6 países como oradores: África do Sul, Índia, China, Irã, Bolívia e Cuba. Na presidência da reunião, o deputado Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, destacou o alerta trazido pelo mais recente relatório do IPCC, o Painel de Mudanças do Clima das Nações Unidas que, segundo ele, é "cristalino" ao afirmar que esta década vai determinar se nós vamos conseguir limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. Hugo Motta lembrou que não se trata mais de uma questão para as próximas gerações, mas "nossa responsabilidade, agora"; e disse que a cooperação entre os países é fundamental nesse esforço.
(deputado Hugo Motta) "Como países do Brics, ocupamos uma posição única no cenário global: Representamos economias emergentes e em desenvolvimento que enfrentam desafios similares, mas também detemos recursos e capacidades que podem transformar o progresso mundial no combate às mudanças climáticas. Nossa força está na nossa união."
O vice-presidente do Conselho Nacional de Províncias da África do Sul, Poobalan Govender, disse que as mudanças climáticas alteram os ecossistemas; afetam a biodiversidade; mudam o cronograma de eventos biológicos; e que um planeta em aquecimento pode dificultar o cultivo de alimentos e a disponibilidade de recursos hídricos, destacando que será crucial encontrar soluções para todos esses problemas para alcançarmos os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas.
Vice-presidente da Câmara Alta do Parlamento da Índia, Harivansh Narayan Sing destacou que os Brics reúnem 11 das mais importantes economias emergentes do mundo, quase 50% da população global, 40 % do PIB mundial e 24 % do comércio global; números que ressaltam a importância dos países do grupo na luta contra as mudanças climáticas. E destacou os avanços alcançados em seu país nos Compromissos assumidos no Acordo de Paris, as NDCs.
(Harivansh Narayan) " A Índia instalou 232 gigawatts de capacidade elétrica não fóssil, já alcançando sua meta da NDC de 40% da capacidade elétrica instalada proveniente de fontes de energia não fósseis, quase 8 anos antes do prazo estabelecido."
Representando o Congresso Nacional do Povo da China, Wang Ke disse que o presidente do seu país, Xi Jinping, acredita fortemente na cooperação entre os países do Brics para reforçar o multilateralismo, o sistema de governança global e o Acordo de Paris, mas diferenciando as responsabilidades.
Para Gholamreza Taj Ghardoun, da Assembléia Consultiva Islâmica do Irã, o vasto potencial do Brics deve ser aproveitado para construir um futuro sustentável para todos e os parlamentos desses países têm grande responsabilidade na formulação de políticas climáticas.
(Gholamreza Taj Ghardoun) "Legislar para o desenvolvimento verde, aprovar orçamentos ambientais, supervisionar a implementação de compromissos climáticos e proteger grupos vulneráveis são apenas alguns dos aspectos desse dever histórico. Acreditamos que o diálogo interparlamentar do Brics sobre o clima e sustentabilidade deve buscar objetivos claros e ações tangíveis."
O senador boliviano Felix Ajpi destacou a importância da conservação da neve nos Andes para que a Amazônia siga sendo o pulmão do mundo; e Alberto Nuñes Betancourt, da Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba, disse que o seu país hoje proíbe a construção de moradias em áreas costeiras ameaçadas pelo aumento do nível do mar que, segundo projeções, pode chegar a 27 cm até 2050 e 85 cm, até 2100. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.