Curso de liderança para mulheres negras forma sua 2ª turma
Desenvolvido pelo Comitê de Equidade de Gênero e Raça do Senado, o curso de liderança para mulheres negras formou sua segunda turma no último dia 12 de dezembro. Para a aluna Gabriela Morais, foi uma experiência que comprovou a potência das mulheres negras de ocupar espaços de poder. De acordo com a facilitadora do curso, Edna Carvalhos, o Plano de Equidade 2026-2027 prevê, além de uma nova turma com mulheres negras, outras formações com foco na diversidade.

Transcrição
Desenvolvido pelo Comitê de Equidade de Gênero e Raça do Senado, o curso de liderança para mulheres negras formou sua segunda turma no último dia 12 de dezembro. Letramento racial e de gênero são diferenciais do programa de formação que também foca na ideia de que uma liderança pode nascer do fortalecimento da coletividade; em contraste com o paradigma tradicional da competição e individualismo. A filosofia africana ubuntu, que valoriza a história e as conquistas comunitárias; e o conceito de aquilombamento, que é a união de potencialidades para o fortalecimento coletivo; são dois elementos chaves trabalhados no curso.
Uma das alunas formadas este ano foi a Gabriela Morais, de 29 anos. Ela trabalha no Senado e é doutoranda em Sociologia. Sua pesquisa é sobre a luta de trabalhadoras domésticas - ofício exercido por sua mãe. Para Gabriela, o programa de liderança proporcionou um ambiente de troca de experiências e estratégias de ocupação de espaços que não foram originalmente pensados para mulheres negras:
(Gabriela Morais) "Foi uma grande oportunidade, um grande privilégio de estar entre outras mulheres negras que estão construindo suas carreiras de maneira potente, solidária, apesar dessa divisão desigual estruturada pela raça, pelo gênero, pela classe; nós, mulheres negras, conseguimos produzir discursos e práticas que subvertem as lógicas desiguais."
A facilitadora do curso, Edna Carvalho, avalia como positivo o resultado das duas primeiras turmas do programa de liderança para mulheres negras e enfatiza a importância dos conteúdos trabalhados:
(Edna Carvalho) "Um debate de letramento racial, nós fazemos um debate sobre posicionamento, debate sobre assédio e racismo nas instituições, que a gente traz muitas convidadas, mulheres negras que já exercem liderança, que trazem as suas perspectivas para a construção dessa identidade de liderança."
Em 2026, haverá uma nova turma do programa de liderança para mulheres negras. E, de acordo com Edna Carvalho, o Plano de Equidade do Senado prevê, até 2027, outros cursos:
(Edna Carvalho) "Projeto para realizar um curso de liderança para pessoas negras, há projeto para se realizar curso de liderança com foco em diversidade. Para tornar o Senado uma instituição cada vez mais diversa, com oportunidades para todas as pessoas, que seja antirracista, que combata, efetivamente, o assédio; então, o trabalho é todo nesse sentido."
O curso de liderança para mulheres negras é aberto para colaboradoras de instituições que integram a Rede Equidade, iniciativa do Senado Federal criada em 2022 para a promoção da equidade, da diversidade e da inclusão no setor público. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

