Fórum do Brics questiona EUA, defende regras para IA e financiamento climático — Rádio Senado
Declaração Final Brics 2025

Fórum do Brics questiona EUA, defende regras para IA e financiamento climático

A Declaração Conjunta do Fórum Parlamentar dos Brics destaca a necessidade do multilateralismo e critica medidas protecionistas. O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), ponderou que esses países vão se unir contra o tarifaço dos Estados Unidos. O documento reforça o compromisso do Brics com o cumprimento das metas do Acordo de Paris e a necessidade de os países ricos financiarem os mais pobres na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. O senador Humberto Costa (PT-PE) declarou que essas nações são as maiores poluidores, por isso, devem compensar as emergentes. Sobre Inteligência Artificial, a Declaração Conjunta defende a proteção dos dados proteção da privacidade e da propriedade intelectual. Os parlamentares também defendem mudanças nas Nações Unidas .

05/06/2025, 20h12 - atualizado em 05/06/2025, 20h14
Duração de áudio: 03:16
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Transcrição
DECLARAÇÃO FINAL DO FÓRUM PARLAMENTAR DO BRICS CRITICA TARIFAS COMERCIAIS EXCESSIVAS, DEFENDE REGRAS PARA O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E FINANCIAMENTO PARA OS PAÍSES EMERGENTES ENFRENTAREM AS CONSEQUÊNCIAS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. O DOCUMENTO, QUE NÃO TEM FORÇA DE LEI, MAS MOSTRA O POSICIONAMENTO POLÍTICO DO GRUPO, SERÁ ENVIADO PARA OS CHEFES DE ESTADO QUE VÃO PARTICIPAR DA CÚPULA DO BRICS NO INÍCIO DE JULHO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Um dos destaques da Declaração Conjunta do XI Fórum Parlamentar do BRICS é a defesa do multilateralismo, ou seja, da cooperação entre todos os países. Sem mencionarem os Estados Unidos no documento, os parlamentares do BRICS defendem um comércio aberto, inclusivo e baseado em regras internacionais. E consideram que medidas protecionistas unilaterais prejudicam as economias dos países e a cadeia de insumos. Os parlamentares sugerem o uso de moedas dos próprios países nas trocas comerciais, pedem mudanças no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial e querem que a Organização Mundial Comércio volte a resolver as disputas para evitar a retaliação das tarifas com novas taxas, como destacou o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul.  (senador Nelsinho Trad) "Com o apoio de todos os participantes que aqui vieram, foram 15 países, e faz com que esse recado possa ecoar mundo afora porque se você juntar todos esses que estavam aqui representa 49,5% da população do planeta. Fecha-se uma porta com a questão americana, mas abrem-se várias janelas de oportunidades para a gente buscar fazer frente à dificuldade que foi imposta." Os países se comprometeram com o Acordo de Paris e até em antecipar algumas metas. Também pediram o financiamento das nações ricas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e da transição energética, como explicou o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco.  (senador Humberto Costa) "Essa tem sido a nossa grande tese de há muito tempo de que os países desenvolvidos e que são na sua grande maioria os maiores poluidores do meio ambiente devem ter uma responsabilidade de financiar para que os países mais pobres que não têm as condições próprias para fazer esse enfrentamento possam fazê-lo. E é importante que haja uma posição unitária aqui para demandar ao sistema das Nações Unidas e às grandes potências um apoio significativo nesse caminho." No que diz respeito à saúde, os parlamentares destacaram parcerias estratégicas para a produção de vacinas e de remédios para doenças específicas dos países do BRICS, além de investimentos na chamada saúde digital para o atendimento de moradores de áreas remotas. Na temática da Inteligência Artificial, a Declaração cita a necessidade da proteção da privacidade e da propriedade intelectual, além da segurança de dados e da responsabilização das empresas. Sobre a paz e segurança mundial, os parlamentares do BRICS defendem mudanças no Conselho de Segurança da ONU para que os países do Sul-Global participem dos processos de paz. Eles também condenaram qualquer tipo de ato terrorista. A Declaração Conjunta, que não tem força de lei, apenas marca a posição dos países sobre esses temas. O documento será enviado para os chefes de Estado, que vão participar da Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro em julho. Da Rádio Senado, Hérica Christian, 

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