Marina Silva vai explicar criação de unidade de conservação marinha na Margem Equatorial
A Comissão de Infraestrutura vai receber a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nesta na terça-feira (27) (REQ 99/2024), para que ela explique a proposta de criação da maior unidade de conservação marinha do país, no litoral Norte, na região conhecida como Margem Equatorial, com 35 milhões de hectares, da fronteira do Amapá com a Guiana Francesa até o limite do Piauí com o Ceará. Para o senador Lucas Barreto (PSD-AP), a proposta tem o objetivo de criar obstáculos para a exploração de petróleo na região.

Transcrição
A COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA RECEBE NESTA TERÇA-FEIRA A MINISTRA DO MEIO AMBIENTE, MARINA SILVA.
ELA DEVERÁ SER QUESTIONADA SOBRE A CRIAÇÃO DE UMA NOVA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO NA MARGEM EQUATORIAL. REPÓRTER CESAR MENDES.
Em audiência nesta terça-feira na Comissão de Infraestrutra, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vai explicar a proposta de criação de uma nova unidade de conservação marinha no litoral Norte do país, na região chamada de Margem Equatorial. Com 35 milhões de hectares, ainda na fase de estudos técnicos, a nova unidade de conservação deverá se extender desde a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa até os limites do Piauí com o Ceará, passando ser a maior unidade de conservação marinha do país.
Mas o senador Lucas Barreto, do PSD do Amapá, considera a proposta uma tentativa de impedir a exploração de petróleo na região, já que descobertas geológicas apontam grande potencial de achados de petróleo e gás no pré-sal da costa do Amapá, do Pará e do Maranhão.
De um lado, a Petrobras quer a licença de exploração; do outro, os ambientalistas alertam para o impacto na biodiversidade de ecossistemas sensíveis, como os manguezais e os recifes de coral.
Ao defender a exploração, Lucas Barreto alega que a Guiana já está cavando poços semelhantes aos que seriam explorados pelo Brasil, a uma distância de apenas 50 quilômetros.
(senador Lucas Barreto) "É importante frisar que o petróleo no Amapá é importante para a Amazônia e para o Brasil. Nós não conseguimos prospectar a 50km de onde já estão explorando, onde já tem 16 poços produzindo, vão produzir 14 bilhões de barris. As nossas reservas são de 16 bilhões. Então, é um absurdo que nós não tenhamos a condição de prospectar a nossa riqueza. É uma grande reserva, todos falam que é o grande prêmio".
A vinda da ministra do Meio Ambiente Marina Silva ao Senado acontece apenas alguns dias após a aprovação do projeto de lei que flexibiliza as normas do licenciamento ambiental no país, que gerou grande polêmica entre os ambientalistas. Como o texto aprovado pelo Senado recebeu emendas, a matéria agora voltou a ser analisada na Câmara dos Deputados. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.