Adiada votação do limite de gasto dos municípios com pagamento de dívida
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) adiou a votação do projeto (PLP 224/2019), que estabelece que o comprometimento anual da receita dos municípios com amortizações, juros e demais encargos da dívida com a União não poderá ultrapassar 30%. O líder do PT, senador Rogério Carvalho (PT-SE), pediu a retirada de pauta para que o Ministério da Fazenda forneça, nos próximos 30 dias, dados sobre o impacto da medida em cada um dos municípios brasileiros. O presidente da CAE, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou as retiradas de pauta recorrentes e afirmou que eventuais novos pedidos de adiamento serão submetidos à votação da Comissão.

Transcrição
A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS ADIOU, POR TRINTA DIAS, A VOTAÇÃO DO PROJETO QUE LIMITA O GASTO DE MUNICÍPIOS COM PAGAMENTO DE DÍVIDA COM A UNIÃO.
O LÍDER DO GOVERNO CRITICOU A FALTA DE DADOS SOBRE O IMPACTO ORÇAMENTÁRIO DA MEDIDA E PEDIU QUE O MINISTÉRIO DA FAZENDA APRESENTE UM ESTUDO DETALHADO. DETALHES COM A REPÓRTER MARCELLA CUNHA
O projeto do senador Zequinha Marinho, do Podemos do Pará, prevê que o comprometimento anual da receita dos municípios com amortizações, juros e demais encargos da dívida com a União não poderá passar de 30%. A medida busca preservar a capacidade de manter serviços essenciais, como saúde, educação, segurança e assistência social. O texto estava na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos, mas foi retirado a pedido do líder do PT, senador Rogério Carvalho, de Sergipe. Segundo ele, foi solicitiado ao Ministério da Fazenda que forneça dados sobre o impacto em cada um dos municípios brasileiros para que a comissão possa votar a proposta com mais embasamento.
A questão é que nós estamos falando de 5.570 municípios, e não foi apresentado pelo Relator, caso tenha impacto, de onde virão os recursos. Aliás, nós não sabemos ao certo quantos municípios estão na condição de que ultrapassam 30% das suas receitas com dívidas. Então nós precisamos de um prazo para que o Ministério possa levantar esses dados e apresentar ao relator para que a gente possa fazer um debate em cima de algo absolutamente consistente.
Segundo Rogério Carvalho, a Fazenda terá 30 dias para entregar as informações, e estará submetida ao crime de responsabilidade caso não cumpra o prazo. Mas o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, alertou que a proposta já foi retirada de pauta três vezes, e pediu celeridade por parte do Governo para apresentar os dados. Renan adiantou que vai adotar critérios mais rígidos para evitar constantes adiamentos.
Nós não somos contrários; queremos, evidentemente, colaborar. Mas o Governo não pode, sistematicamente, pedir a retirada de uma matéria e dizer que vai apresentar um parecer, um estudo, um impacto, você volta a pautar essa matéria 15 dias depois, e o Governo não apresenta nada e solicita novamente a retirada de pauta. Isso não vai mais acontecer. Quando houver essa retirada, nós vamos submeter a retirada à apreciação, como manda o Regimento
Todos os seis itens previstos para serem votados nesta terça-feira tiveram a discussão adiada, entre eles o que busca incluir todos os trabalhadores do setor de transportes no recolhimento ao Sest/Senat, e o que prevê a devolução de tributos e alíquotas diferenciadas para micro e pequenas empresas exportadoras.

