Senado pode enviar comissão à Guiana para avaliar exploração de petróleo
O Senado analisa a criação de uma comissão externa (RQS 282/2025) para visitar a Guiana e acompanhar a exploração de petróleo no país vizinho. O autor do pedido, senador Dr. Hiran (PP-RR), defende que a missão pode identificar boas práticas e avaliar o impacto ambiental da atividade. A proposta será votada no Plenário do Senado. A Guiana pode alcançar 1,2 milhão de barris por dia até 2028, tornando-se um dos maiores produtores do mundo.

Transcrição
O SENADO ANALISA A CRIAÇÃO DE UMA COMISSÃO TEMPORÁRIA EXTERNA PARA VISITAR A GUIANA E ACOMPANHAR DE PERTO A EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NO PAÍS VIZINHO.
A IDEIA É AVALIAR A EXPERIÊNCIA DA REGIÃO E LEVANTAR INFORMAÇÕES QUE AJUDEM O BRASIL A SE PREPARAR PARA POSSÍVEIS ATIVIDADES NA MARGEM EQUATORIAL. HENRIQUE NASCIMENTO.
O Senado pode criar uma comissão externa para acompanhar de perto a exploração de petróleo na República Cooperativa da Guiana. O pedido é do senador Dr. Hiran, do Progressistas de Roraima.
A ideia é formar um grupo de senadores para visitar o país e avaliar as práticas adotadas na extração de petróleo em alto-mar, que tem impulsionado a economia guianense nos últimos anos.
De acordo com o parlamentar, a iniciativa está relacionada ao avanço econômico recente da Guiana e ao interesse crescente de empresas brasileiras no setor de energia do país vizinho.
"O requerimento para compor a comissão externa para visitar a Guiana é relacionado ao crescimento que aquele país está vivendo e o interesse de empresas brasileiras, investidores brasileiros em conhecer a realidade daquele país."
A comissão deverá avaliar, entre outros pontos, a aplicação de tecnologias menos agressivas ao meio ambiente e as estratégias utilizadas pela Guiana para mitigar os impactos da exploração, especialmente em áreas ambientalmente sensíveis.
Ainda segundo o senador, a visita também pode abrir caminho para uma cooperação regional mais ampla, envolvendo o Brasil, a Guiana e a Venezuela no setor energético.
O nosso presidente Davi Alcolumbre, em conversa conosco, manifestou interesse em construir essa comissão, porque ele também, como é um homem da Amazônia, ele quer ver as potencialidades, porque nós temos potencialidades em termos de mineração, em termos de gás, energia, que pode compor todo o nosso ambiente energético do norte do país em relação a relações compensatórias energéticas entre três países, que seriam a Guiana, o Brasil e a Venezuela.
Além da comissão externa, o Senado já mantém articulações diplomáticas com a Guiana. Um exemplo é o Grupo Parlamentar Brasil–Guiana, que busca estreitar relações e firmar parcerias nas áreas de mineração, sistemas portuários e petróleo, como explica o presidente do grupo, senador Chico Rodrigues, do PSB de Roraima.
A Petrobras, com sua notória expertise em exploração de petróleo em águas profundas, pode muito bem firmar parcerias com o Governo da Guiana ou com as empresas ali já estabelecidas, e, para tanto, é fundamental a atuação do Estado brasileiro, com visão estratégica de longo prazo, prospectando oportunidades para o Brasil e para o país vizinho.
De acordo com projeções, a Guiana pode atingir a marca de 1,2 milhão de barris de petróleo por dia até 2028, o que colocaria o país entre os 20 maiores produtores do mundo.
O requerimento sobre a comissão externa será analisado pelo Plenário do Senado. Se aprovado, os trabalhos do grupo terão duração de até 120 dias.
Com supervisão de Pedro Pincer, da Rádio Senado, Henrique Nascimento.

