Aumento da faixa de isenção do IRPF é tema de propostas em debate no Congresso — Rádio Senado
Medida Provisória

Aumento da faixa de isenção do IRPF é tema de propostas em debate no Congresso

Foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (14), a Medida Provisória que reajusta a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física para garantir isenção para quem ganha até dois salários mínimos (MPV 1294/2025). A atualização, que passa a valer a partir de maio, foi necessária porque o salário mínimo aumentou de R$ 1.412,00 para R$ 1.518,00. Câmara e Senado precisam votar a MP para que ela se converta em lei. O Congresso também precisará opinar sobre o projeto de lei (PL 1087/2025), que isenta quem ganha até R$ 5 mil e prevê desconto para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. O tema divide opiniões em relação às compensações propostas pelo governo.

15/04/2025, 14h05 - atualizado em 15/04/2025, 14h11
Duração de áudio: 02:23
Marcelo Casal Jr./ Agência Brasil

Transcrição
A MEDIDA PROVISÓRIA QUE ATUALIZA VALORES PARA GARANTIR A ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA PARA QUEM GANHA ATÉ DOIS SALÁRIOS MÍNIMOS FOI PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DESTA SEGUNDA-FEIRA. A NOVA TABELA COMEÇA A VALER EM MAIO. UMA OUTRA PROPOSTA ESTÁ EM DEBATE NO CONGRESSO PARA AUMENTAR A FAIXA DE ISENÇÃO PARA ATÉ CINCO MIL REAIS. REPÓRTER MARCELA DINIZ: Como o salário mínimo aumentou e a lei garante isenção de Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mensais, o governo precisou editar uma Medida Provisória para atualizar a tabela do IRPF. Com isso, a partir de maio, o trabalhador que ganha até R$ 3.036,00 por mês não precisará pagar imposto sobre a renda. Antes, o valor mensal era de R$ 2.824,00. Apesar de entrar logo em vigor, Câmara e Senado precisam votar a MP para que ela se converta em lei. Como o debate sobre a isenção até dois salários mínimos já aconteceu no Congresso e houve apoio tanto da base quanto da oposição ao governo, a expectativa é a de que não haja polêmica sobre essa MP, em específico. O que promete um debate mais intenso é o projeto que isenta do imposto de renda pessoas que ganham até cinco mil por mês e que prevê desconto para quem recebe entre cinco e sete mil reais. Para custear a mudança, o governo propõe taxar de forma gradual quem ganha mais de R$ 600 mil por ano, até o máximo de 10% sobre rendas acima de R$ 1,2 milhão anuais. Na opinião do senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, a proposta trata de justiça tributária: (sen. Humberto Costa) "Estamos propondo que 140 mil pessoas físicas paguem até 10% das suas rendas para financiar a isenção de mais de 10 milhões. O Congresso ficará contra isso? Contra uma medida que foi recebida, e muito bem recebida, até mesmo pelo nervoso mercado financeiro?" Para o senador Oriovisto Guimarães, do PSDB do Paraná, a compensação deveria ser feita por meio de corte de gastos e não pelo aumento de imposto para quem ganha mais: (sen.  Oriovisto Guimarães) "Se o governo quer dar isenção de imposto para quem ganha até 5 salários mínimos, ele vai diminuir a receita dele. O que ele deveria fazer? Cortar despesas! Não, ele não faz isso, ele aumenta o imposto de outro. Ele quer dar um benefício a José, mas quem vai pagar é Paulo, não é governo, é outro que vai pagar." A estimativa é a de que a isenção de imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais represente uma renúncia fiscal de quase R$ 26 bilhões. A votação do projeto começa pela Câmara para, só em seguida, vir para o Senado. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

Ao vivo
00:0000:00