Aprovado atendimento humanizado a mãe de bebê natimorto ou que morre logo após o parto — Rádio Senado
Ordem do Dia

Aprovado atendimento humanizado a mãe de bebê natimorto ou que morre logo após o parto

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (8) a Política Nacional de Humanização do Luto Materno e Parental (PL 1.640/2022), que vai assegurar protocolos de atendimento nos hospitais públicos e privados de mães de bebês que nascem mortos ou que falecem logo depois do parto. A relatora, senadora Augusta Brito (PT-CE), disse que o projeto vai garantir acompanhamento psicológico para as mulheres e familiares, a realização de exames para as causas da perda gestacional e uma ala exclusiva para o acolhimento dessas mães. Simone Mureli, que descobriu que a filha Alice estava morta com 38 semanas, avalia que esse protocolo de atendimento vai assegurar respeito e acolhimento às mães.

08/04/2025, 21h19 - atualizado em 08/04/2025, 21h24
Duração de áudio: 02:51
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Transcrição
SENADO APROVA PROJETO QUE GARANTE ATENDIMENTO HUMANIZADO PARA MÃES DE BEBÊS QUE NASCEM MORTOS OU QUE FALECEM AINDA NO HOSPITAL. ENTRE AS AÇÕES PREVISTAS ESTÃO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO, EXAMES PARA DIAGNOSTICAR A CAUSA DO ÓBITO E O DIREITO DE REGISTRAR O NATIMORTO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. A Política Nacional de Humanização do Luto Materno e Parental vai assegurar atendimento especializado para as mães e os familiares de bebês que nascem mortos ou que falecem após o parto. Entre as medidas estão o treinamento dos profissionais de saúde e campanhas sobre o luto pela perda gestacional e pelos óbitos fetal e neonatal. Pelo projeto, caberá ao Ministério da Saúde definir os protocolos de humanização do luto e garantir dinheiro para essas ações. A relatora, senadora Augusta Brito, do PT do Ceará, destacou que a proposta também vai assegurar às mulheres nessa situação o acesso aos exames para identificar a causa do óbito e um acompanhamento específico no caso de uma próxima gestação.  Tira aquela dúvida. Qual foi o motivo? O que foi que eu fiz eu não fiz? Enfim, acaba que ainda a mulher ainda se culpa até dessa perda e ela nem sabe que não é a culpa da mãe que deseja tanto ter um filho. Então, é muito importante que isso aconteça para saber se tem algum problema realmente físico, qual foi a causa daquele óbito e o acompanhamento psicológico. Uma relatou para mim que ela fugiu da maternidade porque não aguentou aquela dor, estar ali convivendo e ela tinha que dizer várias vezes que o filho dela tinha ido a óbito. O projeto também define que os hospitais públicos e privados deverão garantir acomodação em ala separada para a mãe que perdeu o bebê ou que o filho tenha nascido com alguma síndrome ou anomalia grave. Além disso, deverão encaminhá-la para o acompanhamento psicológico e viabilizar espaço para a família se despedir do feto. Grávida de 38 semanas em 2015, Simone Mureli descobriu que Alice estava morta. Ao citar que uma a cada quatro mulheres lida com a morte do bebê, Simone Mureli destacou que essa política vai definir a conduta dos profissionais de saúde nesta situação.     Não tive acolhimento, não tive o respeito que era devido, não tive a orientação que era necessária. Não existiam protocolos para que atendessem essa mulher, essa mãe, essa família, esse pai, porque a gente fala só da mãe. Então, a Política Nacional de Humanização vai poder trazer diretrizes e protocolos para que todas essas maternidades públicas e privadas, todas as instituições de saúde, venham estar capacitadas para acolher e amparar essa família nesse momento. A proposta prevê ainda a oferta de assitência social, a autorização para o sepultamento ou cremação do natimorto e uma declaração com a data e o local do parto, o nome do bebê e o registro de sua impressão plantar e digital. O projeto, que vai à sanção presidencial, também define outubro como o Mês do Luto Gestacional, Neonatal e Infantil no Brasil. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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