Dirigente nega manipulação em jogo da Série B do Carioca sub-20
Ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, nesta quarta-feira (27), o presidente do Esporte Clube Nova Cidade de Nilópolis, do Rio de Janeiro, Jorge Luiz Pacheco Eloy, disse não ver correlação entre a derrota de virada para o Belford Roxo, em partida da equipe sub-20, e o elevado volume de apostas no resultado. Policiais civis identificaram indícios de atuação criminosa nos clubes Nova Cidade, Belford Roxo, São José, Brasileiro e Duquecaxiense.
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Transcrição
EM DEPOIMENTO A CPI, DIRIGENTE NEGOU MANIPULAÇÃO EM JOGO DA SÉRIE B DO CARIOCA SUB-20.
JORGE ELOY É PRESIDENTE DO NOVA CIDADE, EQUIPE SUSPEITA DE ENVOLVIMENTO EM ESQUEMA DE APOSTAS. REPÓRTER PEDRO PINCER:
Ouvido na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas nesta quarta-feira, o presidente do Esporte Clube Nova Cidade de Nilópolis, do Rio de Janeiro, Jorge Luiz Pacheco Eloy, disse não ver correlação entre a derrota de virada para o Belford Roxo, em partida da equipe sub-20, e o elevado volume de apostas no resultado. Ele defendeu a idoneidade do clube, mas lembrou que, à época da partida sob questionamento, o time estava sob gestão terceirizada. Ele falou a respeito dos desdobramentos da operação VAR, iniciada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por solicitação da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj): os policiais civis identificaram indícios de atuação criminosa nos clubes Nova Cidade, Belford Roxo, São José, Brasileiro e Duquecaxiense. O senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará, destacou a partida da terceira divisão do campeonato estadual sub-20, em 5 de junho, em que o Nova Cidade vencia por 3 a 1 o Belford Roxo ao fim do primeiro tempo, mas acabou perdendo o jogo por 5 a 3 — “virada improvável” que foi acompanhada de um volume atípico de apostas em bets na Ásia, o que teria chamado atenção dos órgãos de compliance. O dirigente explicou que a federação suspendeu os dois clubes por suspeita de manipulação de resultado, mas o Tribunal de Justiça Desportiva absolveu as agremiações. Ele admitiu que não assistiu ao jogo sob suspeita, mas disse que são coisas do futebol:
(Jorge Eloy) "A princípio não tem nenhuma suspeita, suposta suspeita de manipulação, não. É porque o time de base, ele exige muito do físico. E infelizmente a gente não tem profissionais competentes pra estar exercendo a função de preparador físico. Jogam bem no primeiro tempo e, no segundo tempo, infelizmente, pode acontecer, perdeu no físico."
Eloy também disse não ver associação entre o resultado desfavorável e as apostas suspeitas: ele declarou desconhecer as provas do cenário apostado que teria rendido R$ 5 mil para quem apostou R$ 200 nas bets da Ásia, que não teriam sido mencionadas no curso do processo no TJD, e disse não saber de pessoas ligadas ao clube que tenham feito apostas. Também convidado para depoimento nesta quarta-feira, o presidente da Sociedade Esportiva Belford Roxo, Reginaldo Gomes, não compareceu à CPI. Os membros da comissão aprovaram requerimento convertendo o convite em convocação. Outro convocado foi Thiago Chambó, denunciado na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.