Senado vai debater boicote do Carrefour na França à carne brasileira
A Comissão de Assuntos Econômicos vai convidar o embaixador da França e o diretor-executivo global do Carrefour para debater o boicote à carne brasileira (REQ 173/2024 – CAE). A rede de supermercados anunciou que não compraria mais produtos do Mercosul para as lojas francesas. Mas recuou desse posicionamento após a própria filial brasileira do Carrefour ser boicotada por frigoríficos do País. O presidente da comissão, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) lamentou a situação criada pelo boicote ao agronegócio do Brasil.

Transcrição
A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS VAI CONVIDAR O EMBAIXADOR DA FRANÇA E O DIRETOR-EXECUTIVO DO SUPERMERCADO CARREFOUR PARA DEBATER O BOICOTE À CARNE BRASILEIRA.
A REDE DE SUPERMERCADOS ANUNCIOU QUE NÃO COMPRARIA MAIS PRODUTOS DO MERCOSUL PARA AS LOJAS FRANCESAS. MAS RECUOU DESSE POSICIONAMENTO NESTA TERÇA-FEIRA, APÓS A PRÓPRIA FILIAL BRASILEIRA DO CARREFOUR SER BOICOTADA POR FRIGORÍFICOS DO PAÍS. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO.
No sábado, o diretor-executivo global do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que não compraria mais carne brasileira para as lojas na França. O boicote veio em meio a uma crise envolvendo governo e agricultores franceses e eventual acordo comercial com o Mercosul. Em resposta ao boicote francês, grandes frigoríficos brasileiros suspenderam as vendas ao Carrefour no Brasil. Para discutir o boicote francês aos produtos brasileiros, a Comissão de Assuntos Econômicos vai convidar para uma audiência pública o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, e o embaixador da França, Emmanuel Lenain. O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso, do PSD de Goiás, lamentou a situação criada pelo executivo francês.
Consequência imediata dessa infeliz declaração está sendo sentida aqui no Brasil, com o anúncio de importantes fornecedores de carne de que já interromperam no Brasil o fornecimento de carne bovina a todas as lojas desse grupo empresarial. Certamente, esse resultado não é bom para os produtores, não é bom para os distribuidores, nem para os vendedores, tanto do Brasil quanto da França, ou seja, não há ganhadores. Essa atitude resultou apenas em perdas para todos.
Nesta terça-feira, a rede de supermercados francesa voltou atrás e afirmou que continuaria comprando carne brasileira. A audiência pública, que deve ser em conjunto com a Comissão de Relações Exteriores, ainda não tem data para acontecer. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.