Comissão de Educação debate o uso de celulares nas escolas — Rádio Senado
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Comissão de Educação debate o uso de celulares nas escolas

O uso de celulares em sala de aula e seus desdobramentos na educação foi tema de debate na Comissão de Educação desta terça-feira (12). Os convidados reforçam o desafio da situação e acreditam que uso seguro dessas tecnologias devem ser feitas a partir de uma educação direcionada. O projeto de lei 129/2024, que regulamenta o uso de celulares e dispositivos tecnológicos nas escolas das redes públicas e privadas de ensino, está em análise na Câmara, e depois chega para debate no Senado.

12/11/2024, 19h30 - ATUALIZADO EM 12/11/2024, 19h31
Duração de áudio: 02:40
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Transcrição
O USO DE CELULARES POR ESTUDANTES É UM TEMA DE DEBATE GLOBAL E DIVIDE OPINIÕES: OS APARELHOS DEVEM SER PROIBIDOS OU NÃO? NO BRASIL, O RIO DE JANEIRO FOI O PRIMEIRO ESTADO A DECRETAR A PROIBIÇÃO DO USO DOS DISPOSITIVOS. O ASSUNTO FOI TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA TERÇA-FEIRA, NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO. A REPÓRTER MARINA DANTAS ACOMPANHOU E TRAZ MAIS DETALHES: Em audiência da Comissão de Educação sobre celulares nas escolas, o presidente do Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Educação, Ricardo Tonassi Souto, opinou que o uso de tecnologias pelos jovens é um desafio que ainda não possui respostas prontas. Ele ponderou que, se por um lado os aparelhos possuem mecanismos que podem contribuir para o aprendizado; por outro, essas ferramentas causam distrações que impactam na absorção de conhecimento pelos alunos e também na forma como os professores ensinam. Outro elemento sensível é a exposição de dados pessoais: (Ricardo Tonassi Souto): "Tem um complexo de fatores que torna muito problemática a implementação de novas tecnologias digitais na escola. Posso citar aqui o custo elevado para a aquisição das tecnologias, o bem-estar das crianças e dos adolescentes que têm os seus dados expostos e somado a isso, a gente ainda tem uma qualificação insuficiente do corpo profissional das escolas para lidar com as inovações tecnológicas." Para a Coordenadora-Geral de Tecnologia e Inovação da Educação Básica do Ministério da Educação, Ana Úngari dal Fabbro, é preciso focar tanto na formação de professores quanto na educação digital de estudantes, no sentido de dar intencionalidade pedagógica ao uso dos aparelhos celulares em sala de aula e fomentar a cidadania digital: (Ana Úngari dal Fabbro): "A gente precisa ter uma abordagem, de fato, que olhe para todas essas dimensões de forma simultânea. A gente tem que pensar a formação de professores, pensar os currículos de educação digital das nossas escolas, mas a gente também precisa entender que os nossos estudantes, principalmente as crianças pequenas, precisam de ajudas a mais para conseguirem fazer esse uso equilibrado das tecnologias hoje dentro da sala de aula." Para o presidente da Comissão de Educação, senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, o desafio de lidar com a educação digital e midiática dos estudantes deve estar posto na implementação do Sistema Nacional de Educação: (Flávio Arns): "Um dos avanços que precisamos ter é a constituição do Sistema Nacional de Educação. Está previsto no Plano Nacional de Educação, mas eu penso que, inclusive, deveria anteceder o Plano Nacional de Educação, porque se nós pensarmos na educação midiática e o desafio para implantar isto no Brasil, isto deveria ser objeto dessa gestão tripartite." Um projeto de lei que regulamenta o uso de celulares e dispositivos tecnológicos nas escolas públicas e privadas está em debate na Câmara dos Deputados. Se aprovado lá, terá de passar pelo crivo dos senadores. Sob supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Marina Dantas. 

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