Fórum Parlamentar do G20 discute justiça climática sob a perspectiva de gênero e raça — Rádio Senado
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Fórum Parlamentar do G20 discute justiça climática sob a perspectiva de gênero e raça

A primeira reunião do Fórum Parlamentar do G20 discutiu nesta quarta-feira (6) a promoção da justiça climática e do desenvolvimento sustentável sob a perspectiva de gênero e raça. Líder da bancada feminina do Senado, a senadora Leila Barros (PDT-DF) disse que é preciso reconhecer que os efeitos das mudanças climáticas são desiguais, impactando mais intensamente as populações mais pobres, com destaque para mulheres e meninas vivendo contextos de vulnerabilidade extrema e de privação de direitos fundamentais; e defendeu investimentos para políticas climáticas sensíveis ao gênero.

06/11/2024, 20h10 - ATUALIZADO EM 06/11/2024, 20h10
Duração de áudio: 04:17
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
O FÓRUM PARLAMENTAR DO G20 DISCUTIU A JUSTIÇA CLIMÁTICA SOB A PERSPECTIVA DE GÊNERO E RAÇA. A DESIGUALDADE E OS OBSTÁCULOS À PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DAS MULHERES GANHARAM DESTAQUE COMO PRIORIDADES PARA A GOVERNANÇA GLOBAL. REPÓRTER CESAR MENDES. Na primeira sessão do Fórum Parlamentar do G20, Tulia Ackson, presidente da União Interparlamentar, destacou que a pandemia de Covid-19 deixou evidente que as mulheres são afetadas de forma desproporcional durante as crises e revelou que, até 2050, a mudança climática pode levar 158 milhões de mulheres e meninas à pobreza e 230 milhões à insegurança alimentar. Segundo ela, embora um terço das mulheres trabalhem com agricultura em todo o planeta, apenas 15 por cento são donas de terras, o que as deixa mais sujeitas à insegurança alimentar: (Tulia Ackson) "As estatísticas mostram que a degradação climática leva a mais violência baseada em gênero. Essa violência também é experimentada por defensores dos direitos de mulheres e por ativistas de mudança climática." Para Tatiana Sakharova, parlamentar do Conselho da Federação Russa, como as mulheres são afetadas de forma desproporcional pelas mudanças climáticas, elas devem também liderar o esforço para quebrar as barreiras da justiça climática. Já Emília Cerqueira, da Assembleia da República de Portugal, lembrou que o seu país, como membro da União Européia, está comprometido com o desenvolvimento sustentável e que a relação especial que mantem com os países africanos, sobretudo os de língua portuguesa, aponta oportunidades de parcerias para a redução da pobreza e o desenvolvimento da agricultura. (Emília Cerqueira) "Por um lado, apostamos na produção através da agricultura de precisão, que significa produzir mais em menos espaço, mas também com mais qualidade, através da redução do uso dos agroquímicos." O vice-presidente da Câmara Alta da Índia, Shri Harivansh, disse que o seu país está profundamente comprometido com a justiça climática e conclamou as nações desenvolvidas a trabalharem pela redução das emissões antes mesmo dos prazos estabelecidos. Para Mikateko Golden Mahlaule, parlamentar da Assembleia Nacional da África do Sul, não teremos justiça climática se os pobres e os politicamente marginalizados não estiverem incluídos nas decisões políticas sobre a redução das emissões. Secretária da Mulher e integrante da Bancada Negra da Câmara dos Deputados, a deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro, destacou as recomendações da "Carta de Alagoas", resultado da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, realizada em julho, em Maceió; que listou a crise climática, a desigualdade e os obstáculos à participação política das mulheres como pontos de reforma para a governança global. (deputada Benedita da Silva) "Sugerimos aos governos de nossas nações desenvolver agendas e propostas legislativas, bem como conduzir reformas legais sensíveis a gênero, inclusive aquelas relacionadas ao clima." Líder da bancada feminina do Senado, a senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, disse que a crise climática é um desafio global que transcende fronteiras, classes sociais e gêneros, mas é preciso reconhecer que seus efeitos são desiguais; impactando mais intensamente as populações mais pobres, com destaque para mulheres e meninas vivendo contextos de vulnerabilidade extrema e de privação de direitos fundamentais. (senadora Leila Barros) "Nossa discussão nesta sessão, portanto, não é apenas sobre mitigar os efeitos da mudança climática, mas sim sobre garantir que a justiça climática seja uma realidade para todos, com especial atenção às mulheres e às meninas, que representam a esperança e a força de nossas comunidades." Leila lembrou que o ponto central da "Carta de Alagoas" é a necessidade de direcionar investimentos para políticas climáticas sensíveis ao gênero e disse que no Brasil, como muitos outros países, a mulher tem um papel essencial no combate à fome, à pobreza e à desigualdade, já que quase metade dos lares brasileiros são liderados por mulheres.

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