Após silêncio em depoimento, CPI pedirá quebra de sigilo de Bruno Tolentino
Na CPI da manipulação de jogos e apostas esportivas, o depoimento do jogador Lucas Paquetá programado para esta quarta (30) foi transferido para 3 de dezembro. O segundo depoente, Bruno Tolentino, tio de Paquetá, compareceu ao Senado, mas ficou em silêncio, amparado por habeas corpus. O relator, senador Romário (PL-RJ), disse ao presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que pedirá a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático de Bruno Tolentino, para investigar transação bancária suspeita. Kajuru anunciou, ainda, que haverá uma "novidade" para evitar que novos depoimentos sejam frustrados por habeas corpus concedidos pelo Supremo Tribunal Federal.

Transcrição
O DEPOIMENTO DO JOGADOR LUCAS PAQUETÁ À CPI DA MANIPULAÇÃO DE JOGOS E APOSTAS FICOU PARA O INÍCIO DE DEZEMBRO.
O TIO DE LUCAS, BRUNO TOLENTINO, ESTEVE NESTA QUARTA NO SENADO, MAS NÃO RESPONDEU A NENHUMA DAS PERGUNTAS PORQUE ESTAVA AMPARADO POR HABEAS CORPUS. A CPI VAI PEDIR A QUEBRA DE SIGILOS DE TOLENTINO E O PRESIDENTE DO COLEGIADO ANUNCIOU, TAMBÉM, QUE TOMARÁ PROVIDÊNCIAS PARA EVITAR QUE NOVOS DEPOIMENTOS SEJAM FRUSTRADOS POR HABEAS CORPUS. REPÓRTER MARCELA DINIZ:
A pedido dos advogados do jogador, o depoimento de Lucas Paquetá à CPI da manipulação de jogos e apostas esportivas do Senado foi transferido para o dia 3 de dezembro. Paquetá, que atua na seleção brasileira e no West Ham, está sendo investigado por suspeita de forçar cartões amarelos para beneficiar apostadores em jogos do Campeonato Inglês entre 2022 e 2023.
O segundo depoimento esperado para esta quarta era o de Bruno Tolentino, tio de Lucas Paquetá. Ele compareceu, mas estava amparado por habeas corpus que dava o direito de permanecer em silêncio. As perguntas do relator, senador Romário, do PL do Rio de Janeiro, ficaram sem respostas:
(sen. Romário) "Sr. Bruno, o BOL publicou uma reportagem em que afirma que teve acesso a dois comprovantes de transferência bancária, no total de 40 mil que teriam sido enviados pelo senhor e por seu filho, Ian Tolentino, para um jogador que jogava na Espanha, hoje, joga no Botafogo, e o senhor alega que isso se deveu em... O senhor tem algum comprovante de recebimento desse dinheiro?"
(Bruno Tolentino) "Por orientação dos meus advogados, permanecerei em silêncio."
O presidente da CPI, senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás, anunciou que o colegiado pedirá a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático de Bruno Tolentino. Disse, ainda, que haverá uma “novidade” em relação aos depoimentos frustrados por habeas corpus:
(sen. Jorge Kajuru) "Nós estamos entrando imediatamente e agora com um requerimento pedindo o sigilo bancário, a quebra de sigilo bancário, telefônico, telemático, deste senhor, tio do jogador Paquetá, o Bruno Tolentino. Comunico, também, que vocês tomarão conhecimento nos próximos dias de uma ação nossa sobre essa questão de habeas corpus do Supremo Tribunal Federal. Haverá uma novidade que nunca aconteceu na história do Congresso Nacional, para que a gente nunca mais tenha que em uma CPI ver o que aconteceu ontem, onde os dois convocados receberam habeas corpus, para não comparecerem e, se comparecessem, ficarem em silêncio."
Na terça, também amparados por habeas corpus, a influenciadora Deolane Bezerra e o empresário Darwin Filho não compareceram à CPI da manipulação de jogos e apostas esportivas. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.