Instituição Fiscal Independente estima dívida pública recorde

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O CRESCIMENTO DO PIB SURPREENDE, MAS A DÍVIDA PÚBLICA PODE ALCANÇAR 80% DO PIB ATÉ O FIM DO ANO. O ALERTA É DA INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE. ENTENDA AS PROJEÇÕES E OS DESAFIOS FISCAIS DO BRASIL PARA 2024 NA REPORTAGEM DE LAÍS NOGUEIRA. O Relatório de Acompanhamento Fiscal de setembro, publicado pela Instituição Fiscal Independente, traz a revisão das projeções econômicas e fiscais para os próximos anos, com foco em 2024, 2025 e 2026. As análises se baseiam em dados recentes, como o envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025 e a publicação do relatório de avaliação de receitas e despesas primárias do quarto bimestre de 2024. O diretor da IFI Alexandre Andrade comentou sobre a revisão do cenário econômico. [Alexandre Andrade] “Essa revisão de cenários, envolveu uma reavaliação do crescimento da economia neste ano de 2% para 2,8% em um contexto em que a atividade econômica tem surpreendido os analistas e o mercado de trabalho mostra níveis de desemprego historicamente baixos e um crescimento forte da massa salarial da economia, o que impulsiona o consumo das famílias. ”  No entanto, o cenário fiscal não acompanha o otimismo econômico. A IFI revisou para baixo as estimativas de arrecadação de receitas extraordinárias devido à frustração de valores esperados de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e outras transações tributárias da Receita Federal. Com isso, a estimativa de receita primária líquida caiu para 18,3% do PIB, uma redução em relação aos 18,5% projetados em junho. Alexandre Andrade destacou os baixos números na projeção. [Alexandre Andrade]  “A IFI passou a estimar uma receita primária líquida de transferências, isto é a receita primária total menos as transferências constitucionais aos estados e municípios, em 18,3% do PIB. A título de comparação, em junho a IFI projetava 18,5% do PIB para a receita primária líquida em 2024, ou seja, houve uma redução para baixo de 0,2 ponto percentual do PIB.” As despesas primárias aumentaram, principalmente em benefícios obrigatórios como previdência, seguro-desemprego e abono salarial, com gastos do governo central previstos em 19,1% do PIB em 2024. A IFI estima um déficit de 0,8% do PIB, que, mesmo com abatimentos, não permitirá atingir a meta de déficit zero. A dívida pública deve alcançar 80% do PIB, elevando o risco fiscal e demandando ajustes para garantir a sustentabilidade das contas, apesar do crescimento econômico projetado. Sob a supervisão de Pedro Pincer, da Rádio Senado, Laís Nogueira.