IFI prevê que governo precisa dobrar cortes para cumprir meta fiscal de 2024
O Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de julho, elaborado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), indica que o Governo precisa dobrar os R$ 15 bilhões de cortes já oficializados para cumprir a meta de déficit primário estabelecida para 2024. Segundo o diretor executivo da instituição, Marcus Pestana, serão necessários entre R$ 13 e R$ 15 bilhões adicionais para que o esforço fiscal não ultrapasse a tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), como preconiza o novo arcabouço fiscal.
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Transcrição
SEGUNDO A INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE, O GOVERNO PRECISA DOBRAR OS CORTES NO ORÇAMENTO JÁ ANUNCIADOS PARA CONSEGUIR CUMPRIR A META FISCAL DESTE ANO.
O RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO FISCAL DE JULHO ESTIMA QUE SÃO NECESSÁRIOS 30 BILHÕES DE BLOQUEIOS E CONTINGENCIAMENTOS PARA QUE O ROMBO DESTE ANO NÃO PASSE DE 29 BILHÕES DE REAIS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
A Instituição Fiscal Independente prevê que o governo federal precisa dobrar o valor de bloqueios e contingenciamentos para cumprir o novo arcabouço fiscal. A análise faz parte do Relatório de Acompanhamento Fiscal de julho. A equipe econômica já oficializou um corte de 15 bilhões de reais. O detalhamento sobre a tesourada cada ministério será publicado no dia 30 de julho. Mas, de acordo com a IFI, o valor é insuficiente. O diretor-executivo da Instituição, Marcus Pestana, ressaltou a necessidade de um novo ajuste entre 13 a 15 bilhoes de reais a mais.
O Governo precisa de uma economia de 28 a 30 bilhões de reais ou através do aumento de receita ou do corte de despesa. E então ainda há um caminho a percorrer. O Govenro bloqueou 15 bilhões de reais, mas segundo a IFI ainda precisa de um eforço adicional para ficar, não no centro da meta, mas no limite permitido pela legislação.
O novo arcabouço fiscal, que entrou em vigência em agosto do ano passado para substituir o antigo teto de gastos, estabelece a meta de resultado primário zero, com tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto. Para este ano, essa margem equivale a um rombo de R$ 29 bilhões. Já para estabilizar a relação dívida-PIB seria necessário um superávit de 1,4% do PIB. Isso porque houve um crescimento real de 8% das receitas primárias nos primeiros seis meses deste ano, mas as despesas primárias foram ainda maiores, com 10,5%, conforme explicou Pestana.
É como enxugar gelo, você ganha de um lado, mas tira com a outra mão. É preciso um esforço, os gestores do Governo estão empenhados em cumprir a meta mas a IFI ainda tem uma perspectiva diferente do Governo e tem projeções um pouco menos otimistas. Por isso nós temos que ficar atentos e acompanhar no segundo semestre os desdobramentos da economia brasileira e o comportamento do próprio governo em relação ao desequilibiro das finanças públicas.
Para 2025, o governo já anunciou que vai cortar quase 26 bilhões em despesas na proposta de Orçamento. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.