Senado vai analisar PEC que destina recursos à prevenção de desastres naturais
O Senado deve analisar, no segundo semestre, a PEC 44/2023, que destina 5% das emendas parlamentares para a prevenção e a recuperação de desastres naturais. Aprovada pela Câmara, no último dia 11, a proposta de emenda à Constituição prevê um incremento de R$ 8,9 bilhões para fortalecer o Fundo Nacional de Proteção e Defesa Civil. A PEC também desvincula temporariamente recursos de outros fundos para essas ações.

Transcrição
AS EMENDAS PARLAMENTARES, RECURSOS DO CONGRESSO NACIONAL NO ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, PODERÃO FINANCIAR AÇÕES CONTRA DESASTRES.
UMA PROPOSTA QUE DESTINA 5% DESSES RECURSOS PARA PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DE CIDADES DEVERÁ SER ANALISADA EM BREVE PELO SENADO. A REPORTAGEM É DE LAÍS NOGUEIRA.
De autoria do deputado Bibo Nunes, a proposta visa fortalecer a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, especialmente nem regiões vulneráveis, como a Amazônia. Pelo projeto, cerca de R$ 9 bilhões serão destinados a iniciativas de mitigação, preparação, resposta e recuperação de desastres. Parte desses recursos será repassada para o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil, garantindo a transferência direta e imediata de verbas aos estados e municípios, sem necessidade de convênios, mesmo em casos de inadimplência. Em audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas, o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, Armin Braun, destacou que muitos municípios do Norte do país não possuem órgãos municipais de Defesa Civil, o que dificulta a rápida distribuição de recursos em situações de emergência.
[Armin Augusto Braun] O município é o primeiro órgão que consegue desenvolver alguma ação no ciclo de ações da defesa civil. Para nós, ele é o órgão mais importante de todo esse sistema. A gente sabe que muitos municípios brasileiros não têm órgãos municipais de defesa civil ou, quando têm, é mal estruturado.
A proposta de emenda à Constituição também prevê o uso temporário de outras fontes de recursos para ações de preparação, mitigação e prevenção de desastres, desvinculando até 10% do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização do Programa de Administração Patrimonial Imobiliária da União, do Fundo Nacional de Aviação Civil, além das receitas da Agência Nacional de Transportes Terrestres e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Para ações de resposta e recuperação de desastres, a desvinculação será de até 5% ao ano. O deputado Sidney Leite reforçou que o Governo pode repassar mais recursos para o combate às consequências das mudanças climáticas.
[Sidney Leite] Eu entendo a importância de nós darmos a garantia legal para que os recursos cheguem ao fundo. Agora, se houver vontade política, o Governo não tem impedimento para colocar recursos no fundo. E não precisar ficar tendo que editar medida provisória e a gente ficar votando projeto disso e daquilo.
Yuri Giustina, representante do Ministério das Cidades, ressaltou que os eventos climáticos exigem uma visão integrada.
[Yuri Giustina] Os eventos climáticos cada vez mais intensos, cada vez mais frequentes não vão ser respondidos por uma política específica. A gente vai ter que ter uma visão um pouco mais ampliada, um pouco mais diferente, um pouco mais integradora, mas o conjunto de políticas é que pode dar uma resposta mais adequada a toda essa situação.
A PEC já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e deverá ser analisada pelo Senado no segundo semestre. Sob a supervisão de Hérica Christian, da Rádio Senado, Laís Nogueira.

