Proibição do uso de cerol na prática de soltar pipa divide opiniões em debate — Rádio Senado
Audiência pública

Proibição do uso de cerol na prática de soltar pipa divide opiniões em debate

Na audiência pública promovida pela Comissão de Esporte sobre a proposta de regulamentação da prática de pipa (PL 339/2024), o representante da Confederação Brasileira de Pipa Esportiva, Carlos Magno Gouveia, discordou da pena de detenção de 1 a 3 anos prevista no texto para quem usar cerol. Para ele, as punições poderiam ser mais brandas e voltadas à conscientização sobre o uso correto da linha esportiva. Já o diretor da Frente Nacional de combate ao cerol, Walner Mamede, que é motociclista, ponderou que o foco da proposta deveria ser evitar acidentes com cerol dentro das cidades, e não nos pipódromos.

11/07/2024, 14h08 - ATUALIZADO EM 11/07/2024, 14h09
Duração de áudio: 01:38
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
UM PROJETO EM DEBATE NO SENADO REGULAMENTA A PRÁTICA DE SOLTAR PIPA E CRIMINALIZA O USO DE CEROL, AQUELA MISTURA DE COLA COM VIDRO MOÍDO QUE TORNA A LINHA DA PIPA CAPAZ DE FAZER CORTES - ÀS VEZES, MORTAIS. EM UMA AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE ESPORTE, OS PRATICANTES DE PIPA DESPORTIVA DISCORDARAM DA CRIMINALIZAÇÃO E DEFENDERAM REGRAS MAIS BRANDAS. REPÓRTER JOÃO GUILHERME BUGARIN: No debate da Comissão de Esporte, o representante da Confederação Brasileira de Pipa Esportiva, Carlos Magno Gouveia, afirmou que a pipa é o segundo esporte mais praticado no Brasil, depois do futebol; e defendeu mudanças no projeto que regulamenta a prática. Carlos Magno considera exagerada a pena de detenção de 1 a 3 anos prevista no texto para quem usar cerol. Para ele, as punições poderiam ser mais brandas e voltadas à conscientização sobre o uso correto da linha esportiva: (Carlos Magno Gouveia) "A gente acredita que a penalização criminal é exagerada. Não a criminalização penal, mas sim com punições e multas, enfim. Inclusive em relação às multas, eu acho que seria importante que esse dinheiro da multa voltasse para a pipa. De que forma? Através da conscientização para o uso correto da linha esportiva." O projeto também recebeu críticas do diretor da Frente Nacional de combate ao cerol, Walner Mamede: para ele, que é motociclista, em vez de focar a proibição do cerol na prática desportiva da pipa, que é feita em ambiente específico - o pipódromo - a proposta deveria ter como foco resolver o problema dos acidentes causados por linhas com cerol dentro das cidades: (Walner Mamede) "Da forma em que está o projeto de lei regulamenta apenas o uso do pipódromo e a prática esportiva e não a atividade popular de soltar pipa, que deveria ser seu foco. Em lugar de resolver o problema social dos acidentes." O presidente da Comissão de Esporte, senador Romário, do PL do Rio de Janeiro, avaliou a audiência como positiva e afirmou que os argumentos apresentados pelos debatedores serão levados em consideração pelo relator do projeto, senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, João Guilherme Bugarin.

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