Comissão de Defesa da Democracia homenageia o Instituto Vladimir Herzog
A audiência pública da Comissão de Defesa da Democracia reuniu, nesta quarta-feira (10), representantes da Academia e da Comissão Arns, além de jornalistas e dirigentes da instituição que atuam há 15 anos em defesa da democracia, direitos humanos e liberdade de expressão. Deputados e senadores também se manifestaram no evento solicitado pela presidente da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
Transcrição
A PARCERIA DO INSTITUTO VLADIMIR HERZOG COM PARLAMENTARES EM DEFESA DA DEMOCRACIA E COBRANÇAS PELO CUMPRIMENTO DE SENTENÇAS FORAM DESTAQUE EM UMA AUDIÊNCIA EM HOMENAGEM À ENTIDADE NO SENADO, NESTA QUARTA-FEIRA.
O TRABALHO DA ORGANIZAÇÃO E A LUTA DA FAMÍLIA HERZOG POR JUSTIÇA FORAM CELEBRADOS POR MEMBROS DA ACADEMIA E DA COMISSÃO ARNS, ALÉM DE JORNALISTAS, DEPUTADOS E SENADORES. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO:
Uma audiência pública da Comissão de Defesa da Democracia homenageou os 15 anos do Instituto Vladimir Herzog, organização da sociedade civil criada para celebrar a vida e o legado do jornalista, que foi assassinado em 1975 pela ditadura militar. O instituto atua em defesa dos valores da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de expressão, além de trabalhar pelas temáticas de gênero, raça e meio ambiente.
O evento foi de iniciativa da senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, presidente da comissão. Diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogerio Sottili ressaltou a atuação de Eliziane como relatora da CPI Mista do 8 de janeiro e o apoio ao instituto em ações contra ameaças à democracia:
(sen. Rogerio Sottili) "Junto com outros parlamentares foi uma grande parceira do Instituto Vladimir Herzog na missão que fizemos aos Estados Unidos para denunciar as relações globais entre os movimentos de extrema direita e articular formas de enfrentamento a esses grupos que ameaçam a democracia em todo o mundo."
Presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog e filho mais velho do jornalista – que tinha 9 anos quando ele morreu –, Ivo Herzog revelou que sua mãe, Clarice, tem hoje 83 anos e, com a família, segue em busca de justiça:
(Ivo Herzog) "A família continua na luta por justiça. Uma das coisas que está pendente e está na mão do Estado brasileiro e com certeza essa Casa pode muito nos ajudar é o cumprimento de várias sentenças: de 1978, que seja investigadas as circunstâncias da morte do meu pai – transitou em julgado e até hoje não foi cumprida. Sentença mais recente, da Comissão Internacional de Direitos Humanos da OEA, diz que o que aconteceu com meu pai e com outras pessoas foi um crime de lesa humanidade, o que está acontecendo hoje com os palestinos. É um crime que não pode ser perdoado e que não pode ser prescrito."
A professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília, Beatriz Vargas, enfatizou a importância da família Herzog para o processo de redemocratização do Brasil:
(Beatriz Vargas) "Eu tenho uma admiração profunda pela família Herzog, pelo que essa luta representa porque é a luta de toda uma geração, de toda uma sociedade. Nós não tivemos, como em outros países se fez, um julgamento dos responsáveis pelas torturas, pelas mortes, pelos desaparecimentos, pelo adiamento da democracia, que agora no Brasil nós estamos experimentando. É uma vergonha imensa que a gente não possa ter feito a responsabilização dessas pessoas que jamais aceitaram a redemocratização."
Também participaram da homenagem o vice-presidente da Comissão Arns, Luiz Felipe de Alencastro, o ex-reitor da UnB José Geraldo Júnior, e as jornalistas Miriam Leitão e Bianca Santana. Manifestaram-se, ainda, os deputados do Rio de Janeiro, Pastor Henrique Vieira, do PSOL, e Jandira Feghali, do PcdoB, Rafael Brito, do MDB de Alagoas, e os senadores Randolfe Rodrigues, do Amapá, os petistas Humberto Costa, de Pernambuco, e Fabiano Contarato, do Espírito Santo, e Soraya Thronicke, do Podemos de Mato Grosso do Sul, vice-presidente da Comissão de Defesa da Democracia. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.