Procuradores sugerem à CPI criação de plataforma de combate à manipulação no futebol
Integrantes do Ministério Público de Goiás defenderam a cooperação entre órgãos públicos e entidades esportivas como forma de coibir a manipulação no esporte. Foram ouvidos o procurador-geral do MP goiano, Cyro Terra Peres, e o promotor Fernando Cesconetto, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Goiás e um dos responsáveis pela operação "Penalidade Máxima", que investiga um grupo acusado de oferecer dinheiro para jogadores de futebol receberem punições em campo.
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Transcrição
A CRIAÇÃO DE UMA PLATAFORMA NACIONAL DE COMBATE À MANIPULAÇÃO DE RESULTADOS FOI SUGERIDA POR REPRESENTANTES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE GOIÁS OUVIDOS NA CPI QUE INVESTIGA O TEMA.
ELES ATUARAM NA OPERAÇÃO "PENALIDADE MÁXIMA", QUE INVESTIGA DENÚNCIA DE FRAUDE NA SÉRIE "B" DO CAMPEONATO BRASILEIRO. A REPORTAGEM É DE PEDRO PINCER:
Integrantes do Ministério Público de Goiás defenderam nesta terça-feira a cooperação entre órgãos públicos e entidades esportivas como forma de coibir a manipulação no esporte. Foram ouvidos como testemunhas o procurador-geral do MP goiano, Cyro Terra Peres, e o promotor Fernando Cesconetto, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Goiás e um dos responsáveis pela operação. Eles falaram sobre a à Operação "Penalidade Máxima", que investiga um grupo acusado de oferecer dinheiro para jogadores de futebol receberem punições em campo. Cyro Peres afirmou que a capilaridade e a proximidade que os Ministérios Públicos e as polícias dos Estados têm com os fatos são portas de entrada muito importantes das informações. Para ele, o Brasil deveria ter, a exemplo de outros países, uma plataforma nacional para reprimir esse tipo de conduta:
(Cyro Peres) "Se nós criássemos uma espécie de plataforma nacional que permita detectar, reprimir e punir esse tipo de fato com o Ministério da Justiça, Ministério da Fazenda, os Ministérios Públicos, Polícia Federal, Ministério Público Estadual, Polícia Civil e as entidades esportivas, eu acho que seria o ideal."
Para o procurador-geral, os sites são o que ele chamou de "vítimas desinteressadas", provavelmente porque já consideram embutidas no custo do negócio as possíveis perdas nesses casos. Ele defendeu a aprovação de uma regra que obrigue as empresas de apostas a comunicar às autoridades movimentações suspeitas. Já o promotor Fernando Cesconetto falou sobre a origem da Operação "Penalidade Máxima", que começou depois uma denúncia do presidente do Vila Nova Futebol Clube, de Goiânia. Hugo Jorge Bravo denunciou a manipulação em três jogos da Série B do Campeonato Brasileiro para favorecer apostadores:
(Fernando Cesconetto) "Ele nos trouxe fatos relevantes graves e ainda nos disse que era para apurar e chegar em quem tivesse que chegar, porque ele não tolerava isso no meio do futebol. E ele já o fez trazendo informações relevantes de possíveis jogadores envolvidos, valores envolvidos nas ofertas espúrias de R$150 mil para cometer pênalti na última rodada da Série B de 2022 e outras duas partidas também envolvidas em suspeita de manipulação."
A CPI volta a se reunir na próxima terça-feira para ouvir representantes das empresas SportRadar, que monitora movimentos suspeitos em apostas e Genius Sports, que trabalha com tecnologia esportiva. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.