Desertificação na caatinga preocupa especialistas — Rádio Senado
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Desertificação na caatinga preocupa especialistas

A Caatinga ocupa 11% do território e conta com uma expressiva biodversidade, mas vem passando por um processo preocupante de desertificação, acelerado por fatores como o uso inadequado do solo e dos recursos hídricos, o desmatamento e as mudanças climáticas. Essa foi uma das conclusões da audIência pública que a Comissão de Meio Ambiente promoveu nesta terça-feira (28) para celebrar o Dia Nacional da Caatinga, comemorado em 28 de abril, e debater sobre as ações contra a desertificação.

28/05/2024, 18h47 - ATUALIZADO EM 28/05/2024, 18h48
Duração de áudio: 03:18
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Transcrição
O AVANÇO DA DESERTIFICAÇÃO NA CAATINGA FOI DISCUTIDO NESTA TERÇA-FEIRA EM UMA AUDIÊNCIA DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE. O BIOMA É O ÚNICO EXCLUSIVAMENTE BRASILEIRO E ESTÁ PRESENTE EM NOVE ESTADOS DO PAÍS, COM PREDOMÍNIO NA REGIÃO NORDESTE. A REPORTAGEM É DE PEDRO PINCER: A Caatinga ocupa 11% do território e conta com uma expressiva biodversidade, mas o potencial desse bioma ainda é pouco explorado. Essa foi uma das conclusões da audiência pública que a Comissão de Meio Ambiente promoveu para celebrar o Dia Nacional da Caatinga, comemorado em 28 de abril, e debater as ações contra a desertificação. Principal bioma do semiárido brasileiro, a Caatinga inclui partes dos estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Em torno de 28 milhões de pessoas vivem nessa região. Autora do pedido de audiência pública, a senadora Teresa Leitão, do PT de Pernambuco, destacou a biodiversidade da Caatinga e alertou para os riscos da desertificação decorrente, entre outros fatores, do desmatamento, do uso inadequado do solo e da água; além das mudanças climáticas: (sen. Teresa Leitão) "Ela é presente no agreste e no sertão pernambucanos, que contam com uma centena de municípios, 135 para ser mais precisa, e que hoje sofrem com o risco da desertificação. A Região Nordeste do nosso país vem sendo afetada com o fenômeno da desertificação, que, entre outros fatores, decorre do desmatamento dessas áreas, quando sabemos, mais do que nunca, o quanto a vegetação consiste em fator protetivo para evitar danos ambientais." O bioma caatinga tem uma fauna e flora diversa, com mais de 4.900 espécies de plantas registradas. Várias delas são exclusivas da região. Apesar dessas características, é o ecossistema mais desmatado do país, principalmente pela pecuária e agricultura de subsistência, segundo o Instituto Nacional do Semiárido. A representante da entidade, Monica Tejo, alertou para os custos para os municípios: (sen. Monica Tejo) "Esse pacote tecnológico que a gente tem disponível precisa ser explorado, precisa ser difundido para que os municípios, as áreas que já se encontram no processo de desertificação possam ter soluções de baixo custo, soluções aplicadas, alternativas viáveis para combater cada vez mais esse processo." Já o repreentante do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Alexandre Henrique Pires, informou que a caatinga tem 1,4 milhão de estabelecimentos de agricultura familiar e que o segundo Plano Brasileiro de Combate à Desertificação está em elaboração: (Alexandre Henrique Pires) "A elaboração do plano é uma estratégia de pensar, nos próximos 20 anos, que medidas e iniciativas nós devemos tratar para conservar a nossa Caatinga e a nossa biodiversidade, recuperar aquilo que foi degradado? Mas, ao mesmo tempo, pensarmos em estratégias também de combate à desertificação." Também participaram do debate representantes do Ibama, da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos e da Fundação Araripe, que desenvolve projetos de desenvolvimento sustentável na Chapada do Araripe, entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.

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