Parlamentares falam sobre importância do Senado em seus 200 anos

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NA SESSÃO DOS 200 ANOS DO SENADO, PARLAMENTARES DESTACAM O PAPEL DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO, DA PARTICIPAÇÃO FEMININA E DA IGUALDADE ENTRE OS ESTADOS. SENADORES TAMBÉM COMEMORAM A CONVIVÊNCIA PACÍFICA MESMO NAS DIVERGÊNCIAS POLÍTICAS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Representantes dos Poderes Executivo e Judiciário, da Procuradoria-Geral da República e de diversas delegações estrangeiras participaram da sessão especial em homenagem aos 200 anos do Senado. Randolfe Rodrigues, do Amapá, ressaltou que além das discussões sobre temas importantes e das votações de projetos, o Senado também tem o papel de investigar denúncias que preocupam a sociedade. Ele citou os resultados de diversas Comissões Parlamentares de Inquérito, CPIs, instaladas ao longo dos últimos anos.  Dos momentos em que o Senado se colocou à frente de alguns valores fundamentais: o valor da vida e o valor da democracia. Não tem debate sobre a existência ou não de um Estado democrático de Direito. A vigência do Estado Democrático de Direito é imperioso. Não há debate sobre os direitos à saúde e à vida, eles são invioláveis e assim que assegura a Constituição. Foi assim que o Senado nos últimos dois momentos se afirmou, seja no enfrentamento à pandemia, inclusive investigando as omissões que ocorreram naquele período, seja na defesa da democracia no 8 de janeiro.  Dos 81 senadores, apenas 15 são mulheres. Tereza Cristina, do PP de Mato Grosso do Sul, lembrou que a primeira mulher a assumir o mandato foi Eunice Michiles, em 1947, pelo estado do Amazonas, por ocasição da morte do titular, João Bosco de Lima.   A senadora Eunice Michiles, no começo eu imagino as dificuldades que ela enfrentou porque o meio político é muito machista. Hoje a gente ainda sente um pouco isso, imagina ela sozinha lá. A gente vem ganhando espaço, eu sinto que as mulheres cada vez mais estão se interessando pela política. Mas por que a mulher, eu acho, que era meio receosa de entrar na política? Por que que ela tem filho, tem marido e nem sempre nós temos ajuda para poder fazer essa participação porque na política é muito intensa.  Representante do maior partido de oposição, o senador Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, reforçou que a divergência política não inviabiliza a convivência harmônica no Senado com parlamentares que defendem o governo.  A oposição e os governistas precisam conversar para que um projeto ande, seja votado, seja acatado. Existe a necessidade de construção ainda que com visões diferentes. Você tem que ter um poder de convencimento, um poder de diálogo, um poder de explicar para outra parte que muitas vezes não comunga com suas ideologias e com suas bandeiras partidárias que aquele projeto não é um projeto de partido ou de poder, mas é um projeto em prol do Brasil. Então, a construção é a parte mais importante aqui no Senado Federal.   Já o senador Chico Rodrigues, do PSB de Roraima, reforçou que por ser a Casa da Federação o Senado confere peso igual para todos os estados e o Distrito Federal, que contam com três representantes cada um. Ele afirmou que essa igualdade dá mais poder às bancadas do Norte e Nordeste, que se unem nas votações de interesses regionais.  Nós das bancadas da região Norte e Nordeste temos, na verdade, uma importância gigantesca porque em sendo o Senado a Casa da Federação , esses estados têm o mesmo peso que têm os demais estados. Portanto, as demandas reprimidas desses estados da região Norte e Nordeste elas são supridas pela eficiência, pela presença e acima de tudo pela ação permanente dos senadores e senadoras que representam esses estados. O senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo, admitiu que após assumir o mandato mudou de opinião sobre a relevância do Legislativo.   Eu antes de entrar, eu achava que não tinha condições de entrar , que era um local fechado, que era restrito, que não tinha acesso ao público. Também achava que todos que aqui estavam não queriam ajudar o Brasil, pelo contrário, queriam tirar vantagens. E o que fui vendo foi totalmente ao contrário. Eu acho que é importante a sociedade ter essa aproximação com o Senado Federal, tirar essa ideia de que todo mundo que está aqui quer tirar proveito do Senado. Que a gente possa cada vez mais estar próximo e as redes sociais têm facilitado isso. Ao longo dos 200 anos, o Senado teve papel essencial em debates importantes para o País: a abolição da escravatura, a conquista do voto feminino, a lei de cotas raciais, o Estatuto do Idoso, a política de reajuste do salário mínimo e a independência do Banco Central, para citar alguns. Da Rádio Senado, Herica Christian.