Senado lança Pesquisa Estadual de Violência contra a Mulher — Rádio Senado
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Senado lança Pesquisa Estadual de Violência contra a Mulher

A Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM) realizou uma audiência pública nesta quarta-feira (28) para discutir a 10ª edição da Pesquisa Nacional da Violência contra a Mulher e lançar a Pesquisa Estadual de Violência contra a Mulher, com dados referentes à violência de gênero nos estados brasileiros. Os participantes destacaram que, pela primeira vez, são apresentados dados do cenário de violência de gênero por unidade da Federação.

28/02/2024, 18h54 - ATUALIZADO EM 28/02/2024, 18h54
Duração de áudio: 04:25
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA MARCOU O LANÇAMENTO DA PESQUISA ESTADUAL DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. OS PARTICIPANTES DESTACARAM QUE, PELA PRIMEIRA VEZ, SÃO APRESENTADOS DADOS DO CENÁRIO DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO. REPÓRTER BIANCA MINGOTE. A Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher realizou uma audiência pública para discutir a 10ª edição da Pesquisa Nacional da Violência contra a Mulher, criada em 2005 para subsidiar a Lei Maria da Penha e elaborada pelo Instituto DataSenado. Em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, o Instituto Avon e a Organização Social Gênero e Número, o estudo foi concluído em novembro do ano passado com o lançamento do Mapa Nacional da Violência de Gênero. Inclusive, o mapa aponta que três a cada dez brasileiras já sofreram violência doméstica provocada por um homem. Agora, foi lançada no Senado a Pesquisa Estadual de Violência Contra a Mulher. Pela primeira vez, a pesquisa apresenta resultados por unidade da federação sobre o cenário de violência de gênero no país. Os dados estaduais apontam que o índice de violência doméstica no Ceará é equivalente ao índice nacional. A pesquisa aponta que 29% das cearenses já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por homem. Já o estado do Amazonas lidera o ranking com 38% das mulheres que afirmaram ter sido vítimas de violência familiar. A chefe do Serviço de Pesquisa e Análise do Instituto de Pesquisa DataSenado, Isabela Campos, destacou a importância do mapa ao destrinchar a realidade de violência vivenciada pelas brasileiras: Eu queria, mais uma vez, reforçar sobre a conquista que é conseguir esses dados por Estado. Investigamos, entrevistamos 21.787 mulheres, a maior pesquisa que a gente já realizou até o momento. E num país de tamanhos continentais como o Brasil, conhecer a realidade das brasileiras que vivem em diferentes estados é para a gente um divisor de águas e a gente se coloca à disposição para fazer outros trabalhos como esse, que são tão importantes para o debate no parlamento. O Mapa Nacional da Violência de Gênero é interativo e reúne dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública,  do Conselho Nacional de Justiça,  do Sistema Nacional de Saúde e  do DataSenado. O coordenador do órgão, Marcos Ruben de Oliveira, destacou o dado inédito de Subnotificação Policial, o qual aponta que, de cada 10 brasileiras que sofreram violência doméstica e familiar, 6 não denunciaram o caso. Para ele, a pesquisa do DataSenado colabora para fornecer dados inéditos sobre a violência contar a mulher no Brasil.  Atualmente, a Pesquisa Nacional supra a necessidade de complementar os dados e estatísticas oficiais que existem sobre a questão da violência contra a mulher. Por exemplo, as estatísticas oficiais muitas vezes subestimam a quantidade de ocorrência de violência contra as mulheres, pois há um grave problema de subnotificação. A Pesquisa Nacional busca preencher essa lacuna, estimar a subnotificação e outras, fornecendo assim, informações, dados inéditos que não estão disponíveis pelos meios, por outros meios, a não ser por meio dessa pesquisa. A procuradora Especial da Mulher no Senado, senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, ressaltou que a pesquisa, assim como o mapa, cumprem o papel de dar visibilidade sobre a triste realidade de milhares de brasileiras, o que  pode subsidiar a criação de políticas públicas de combate à violência contra as mulheres. A união dessas informações que dá essa transversalidade, dá muita fidedignidade a essa pesquisa. Então, informação é tão poder, que eu gosto de dizer aqui o seguinte, não adianta a gente ter mapa de violência de gênero ou aprovar qualquer projeto de lei, não darmos visibilidade à população desses seus direitos. E é esse o objetivo que cumpre o Mapa Nacional de Violência de Gênero, uma ferramenta disponível ao público, interativa e amigável. Também participaram da audiência pública a coordenadora do Observatório da Mulher Contra a Violência, Maria Teresa Prado, e a coordenadora do Instituto Avon, Beatriz Accioly. A Pesquisa Estadual de Violência contra a Mulher pode ser acessada em www.senado.leg.br na aba Observatório da Mulher. Sob a supervisão de Pedro Pincer, da Rádio Senado, Bianca Mingote.

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