Conquista do voto feminino no Brasil completa 92 anos
As brasileiras só conquistaram o direito de votar e de serem votadas há menos de 100 anos, em 24 de fevereiro de 1932. Em entrevista à Rádio Senado, a procuradora Especial da Mulher no Senado, Zenaide Maia (PSD-RN), destacou a importância de comemorar a data e defendeu maior participação feminina nos três poderes da República. Para a senadora, a força feminina reverbera até hoje na conquista de direitos para as mulheres, como a aprovação da Lei Maria da Penha.
Transcrição
A CONQUISTA DO VOTO FEMININO NO BRASIL VAI COMPLETAR 92 ANOS NO SÁBADO, DIA 24 DE FEVEREIRO.
A PROCURADORA ESPECIAL DA MULHER NO SENADO DESTACOU A IMPORTÂNCIA DA LUTA DAS MULHERES NA DÉCADA DE 30 PARA PODEREM VOTAR E DEFENDEU UMA MAIOR PARTICIPAÇÃO FEMININA NOS TRÊS PODERES DA REPÚBLICA. REPÓRTER BIANCA MINGOTE.
As brasileiras só conquistaram o direito de votar e de serem votadas há menos de 100 anos, em 24 de fevereiro de 1932, após muita luta para ter os mesmos direitos políticos que os homens. Naquele ano, o voto feminino no Brasil foi reconhecido e incorporado à Constituição de 1934. Porém, era facultativo. Somente em 1965 veio a obrigatoriedade, sendo equiparado ao voto dos homens. A conquista se tornou um importante marco na história do país na luta das mulheres por igualdade de direitos. Em entrevista à Rádio Senado, a procuradora Especial da Mulher no Senado, Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, destacou a importância de comemorar a data que coroa a luta das mulheres que resultou na conquista do voto. A senadora ressaltou ainda que a força feminina reverbera até hoje na conquista de direitos para as mulheres, como a aprovação da Lei Maria da Penha.
Primeiro, a gente ser consciente que antes da gente já tivemos conquistas, que foi esse direito de votar e ser votado e o direito de aprender a ler e escrever que antes precisava o marido autorizar, em 1932, e que isso serviu de exemplo e que nós, mulheres que estamos nessa luta, temos que lembrar onde começou essas sufragistas que desafiaram, os desafios eram bem maiores do que o nosso e que sem elas a gente não estaria, mesmo lentamente, é uma operação lenta, porque faz quase 100 anos que começamos nisso, mas sempre acreditando que é possível fazer mais.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, hoje as mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro. Zenaide Maia defendeu ainda uma maior participação feminina nos três Poderes da República. Na avaliação dela, o envolvimento na política, seja na hora de votar ou de se candidatar, representa respeito pela luta das mulheres que brigaram por esses direitos no passado.
Sem as mulheres, ninguém se elege. O que a gente precisa já vem, mas nós, que estamos aqui representando muitas que não têm voz, mostrar que se faz necessário, está aqui. Nós temos que estar no parlamento e no poder executivo, no poder judiciário, em todos os níveis, seja do município, do Estado ou do governo federal. E se a gente baixar a cabeça, a gente cai, às vezes a gente tem uns passos anos mais embaixo, mas a gente levanta e luta porque, com isso, nós estamos respeitando a luta das que nos antecederam. É isso que a gente tem que estar as mãos de mulheres. Se puder eleger as mulheres, é muito interessante.
Entre os nomes que se destacaram para conquistar os direitos políticos das mulheres, está a bióloga Bertha Lutz, que fundou a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher. O grupo de estudos tinha como finalidade a luta pela igualdade política das mulheres. Inclusive, o Senado criou o Diploma Bertha Lutz, que premia anualmente mulheres e homens que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher no país, em qualquer área de atuação. O diploma é entregue em sessão do Senado durante as atividades do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Sob a supervisão de Pedro Pincer, da Rádio Senado, Bianca Mingote.