Brasil vai à COP 28 cobrar preservação ambiental, afirma Marina Silva — Rádio Senado
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Brasil vai à COP 28 cobrar preservação ambiental, afirma Marina Silva

Atual ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, a ex-senadora Marina Silva ressaltou a posição da delegação brasileira sob sua chefia na 28ª edição da Conferência das Nações Unidas para o Clima. A COP 28 acontece entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e a ministra deu declarações sobre as propostas do governo brasileiro na CPI das ONGs, às vésperas de embarcar para o evento.

28/11/2023, 17h07 - ATUALIZADO EM 28/11/2023, 17h07
Duração de áudio: 03:10
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
MARINA SILVA RESSALTA AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL QUE BRASIL VEM ADOTANDO DESDE O INÍCIO DOS ANOS 2000 QUE SERVEM COMO COBRANÇA A OUTRAS NAÇÕES. MINISTRA DO MEIO AMBIENTE FALOU SOBRE PROPOSTAS DO GOVERNO BRASILEIRO PARA A CONFERÊNCIA DO CLIMA DA ONU EM DEPOIMENTO À CPI DAS ONGS. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. A caminho de Dubai, nos Emirados Árabes, onde ocorre a vigésima oitava edição da Conferência das Nações Unidas para o Clima, a COP 28, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, falou sobre a participação do Brasil no encontro. As declarações foram feitas durante depoimento na CPI das ONGs um dia antes do embarque de uma primeira parte da delegação brasileira. Marina - Nós estamos indo pra COP não é para ser cobrados nem pra ser subservientes. É para altivamente cobrarmos que medidas sejam tomadas porque é isso que o Brasil tem feito. Foi o Brasil que ajudou que se tivesse agora um mecanismo na convenção que se chama "perdas e danos" – reparação pelas perdas e os danos de países vulneráveis em função da mudança do clima produzida por países desenvolvidos.  Segundo a ministra, a reparação terá que vir em forma de recurso, cooperação tecnológica e abertura de mercado de forma solidária. Ela avalia que essa é uma transição justa para todos os países e explicou como o Brasil atuou desde o início dos anos 2000 com mecanismos de proteção ambiental e mesmo antes, com investimento em tecnologia. Marina - O Fundo Amazônia foi um fundo para compensar pelo resultado já alcançado, e que é justo, porque nós alcançamos um resultado de evitar lançar na atmosfera 5 bilhões de toneladas de CO2 para proteger o interesse do agronegócio, do pequeno, do grande, do médio. Quando o presidente Lula diz que nós podemos dobrar a nossa capacidade de produzir alimentos sem precisar derrubar mais uma árvore, ele está falando: aumento de produção por ganho de produtividade e não por expansão predatória da fronteira agrícola. Criamos a Embrapa para ser a base tecnológica que ajuda que o Brasil tenha aumento de produção. A ministra argumentou ainda que a proteção aos povos indígenas é também uma maneira de preservar o meio ambiente, já que eles usam os recursos naturais para seu sustento num modelo de vida diferente dos povos colonizadores. Marina - O que eu vou dizer na COP é que eu vou continuar lutando pra que os povos indígenas tenham o direito de preservar seu modo de vida, vou defender na COP que a história do Brasil não começou quando os portugueses chegaram aqui com a sua tecnologia. Civilizações não se comparam. A maioria quer manter seu estilo de vida, a sua forma de ser e estar no mundo. E eles assim o desejam é porque eles pensam assim, agem assim, vivem assim, têm uma cosmovisão diferente. E é obrigação do Estado cumprir a Constituição Federal. As leis não foram inventadas pelas ONGs. Marina Silva afirmou que segue para a COP 28 com a certeza de que o Brasil tem um papel importante a desempenhar para ajudar o mundo a sair da crise climática e defendeu ainda o uso da energia limpa para produzir hidrogênio verde. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.  

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