Comissão de Infraestrutura discute exploração de potássio no Brasil — Rádio Senado
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Comissão de Infraestrutura discute exploração de potássio no Brasil

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) discutiu o potencial e os entraves da exploração de potássio no Brasil. O debate atendeu a um requerimento (REQ 75/2023) da senadora Tereza Cristina (PP-MS), presidente da CI. Segundo os participantes, o país tem condições de produzir potássio para suprir a demanda do setor agrícola com os fertilizantes, mas existem dificuldades. Tereza disse que dará continuidade à discussão do assunto no Senado.

21/11/2023, 19h23 - ATUALIZADO EM 21/11/2023, 19h24
Duração de áudio: 03:10
Leo Costa / PMBV-SEMUC

Transcrição
A COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DEBATEU A EXPLORAÇÃO DE POTÁSSIO NO BRASIL, ELEMENTO IMPORTANTE PARA A PRODUÇÃO DE FERTILIZANTES. O BRASIL, HOJE, É DEPENDENTE DA IMPORTAÇÃO DO PRODUTO FABRICADO EM OUTROS PAÍSES. REPÓRTER BIANCA MINGOTE. O debate na Comissão de Serviços de Infraestrutura teve como objetivo discutir o potencial e os entraves da exploração de potássio no Brasil. O país possui reservas de sais de potássio em Sergipe e no Amazonas. Segundo os participantes da audiência pública, a produção nacional de potássio tem potencial para suprir a demanda do setor agrícola por fertilizantes, mas existem dificuldades, como a alta carga de tributos. A presidente da Comissão, Tereza Cristina, do PP de Mato Grosso do Sul, disse que, sem o potássio, o Brasil não consegue produzir. Para a senadora, os riscos ambientais da exploração podem ser mitigados por políticas públicas. A parlamentar explicou, ainda, que os elementos químicos como o Nitrogênio, o Fósforo e o Potássio, identificados pela sigla NPK, são indispensáveis para a produção de alimentos.  Mas a agricultura brasileira, se não tiver NPK e principalmente o K, que é o potássio, a gente consegue produzir muito pouco. As nossas terras, infelizmente, são pobres. Felizmente, nós temos outras coisas que fazem da nossa agricultura essa pujança toda, mas se nós não tivermos fertilizantes, nós não vamos conseguir produzir. Em vez de pouparmos terra, teremos que desmatar mais para fazer o mesmo que nós temos hoje. Então, por isso a importância desse debate. E por que não ainda termos uma indústria de potássio? Nós temos o produto, nós temos o material. Tá aí, é só retirar. O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes, Bernardo Silva, disse o país hoje depende dos fertilizantes vindos da Rússia, Bielorússia, Israel e de outros países envolvidos em conflitos. Ele avaliou a dependência como um risco à soberania e à economia nacional. Nada garante que as atuais crises geopolíticas não vão escalar, não vão ter que colocar o Brasil em uma posição de ter que tomar partido em diversos desses conflitos e nos coloca numa posição de vulnerabilidade não só política, mas econômica também. Para o representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Bruno Santos Caligaris, é importante que o país invista na produção de fertilizantes, pois a projeção é a de que, em 2050, o país necessite de 60 milhões de toneladas desse produto: Se a gente tiver que importar 60 milhões de toneladas daqui a 30 anos, muito provavelmente a nossa logística não vai dar conta. Nós não vamos ter portos suficientes, estradas de ferro suficientes, rodovias suficientes, armazéns suficientes e a gente vai acabar tendo um preço muito maior do fertilizante e um custo muito maior e o risco maior de demora na entrega, de atraso na entrega para os plantios. A senadora Tereza Cristina disse que dará continuidade à discussão no Senado sobre exploração do potássio de maneira sustentável. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Bianca Mingote.

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