Clima extremo ameaça comunidades e biodiversidade, afirmam especialistas — Rádio Senado
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Clima extremo ameaça comunidades e biodiversidade, afirmam especialistas

A Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu nesta segunda-feira (13) a relação entre direitos humanos e o meio ambiente. Os participantes afirmaram que biomas brasileiros vêm sendo atingidos por eventos climáticos que ameaçam a riqueza da biodiversidade nacional. O Brasil já possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e tem um dos maiores potenciais para produção de energia renovável do planeta.

13/11/2023, 20h09 - ATUALIZADO EM 13/11/2023, 20h10
Duração de áudio: 03:39
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
EVENTOS CLIMÁTICOS AMEAÇAM COMUNIDADES E A BIODIVERSIDADE NO BRASIL. A AFIRMAÇÃO É DE ESPECIALISTAS QUE PARTICIPARAM DE DEBATE NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, NESTA SEGUNDA. REPÓRTER: FLORIANO FILHO. Uma série de estudos acadêmicos vêm analisando a conexão entre mudanças climáticas e os direitos humanos, tendo em vista as consequências socioeconômicas da chamada transição energética. No caso brasileiro, além dos debates sobre novas formas de geração de energia menos poluentes, ainda persistem problemas antigos como desmatamentos, garimpos ilegais, grilagens e poluição dos rios; situações que ameaçam centenas de comunidades, tanto em áreas urbanizadas como em zonas rurais. A Comissão de Direitos Humanos no Senado promoveu audiência pública para debater a crise climática no Brasil e suas conexões com os direitos humanos e o meio ambiente. O debate foi solicitado por entidades científicas e organizadas da sociedade civil. Os participantes falaram sobre a necessidade de se preservar os diferentes biomas brasileiros que vem sendo atingidos por exempo com eventos climáticos que vão desde ciclones e enchentes na região sul até a seca extrema na região norte. Ane Alencar, representando o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, apresentou dados sobre as queimadas na região, que, historicamente, são as maiores no país, prejudicando a qualidade de vida e até a própria sobrevivência das comunidades. O histórico de queimadas ao longo de 38 anos, o bioma amazônia realmente é o bioma que tem se destacado e é o que mais queima no Brasil. Outra situação alarmante é a do Pantanal, maior área alagada do planeta. Luciana Leite, representante da Environmental Justice Foundation, uma ONG europeia, disse que a situação de seca e queimada na região é crítica, com a perda de milhares de hectares em biodiversidade. Ela pediu ajuda às autoridades para proteger e salvar o bioma que, segundo ela, está seriamente ameaçado. Até matrizes energéticas tradicionalmente consideradas benéficas para o meio ambiente podem gerar um efeito negativo se não levarem em conta as características socioeconômicas regionais. É o caso das usinas eólicas no Rio Grande do Norte. Marina Dias Marinho, prefeita de Jandaíra, mesmo reconhecendo vantagens econômicas por um lado, denunciou que a quantidade exagerada de aerogeradores na cidade está colocando em risco a vida das abelhas produtoras do mel que dão sustento a muitas famílias da região.   O barulho desses aerogeradores que para nós, seres humanos, muitas vezes, ele é imperceptível, vem causando risco de extinção da nossa espécie nativa. O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, fez um apelo ao diálogo e mais atenção ao tema, com equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Esta questão nos é muito simpática. Não significa que nós não queremos fazer uma transição clara, nítida, transparente em defesa do meio ambiente. Mas isto se faz como? Dialogando, conversando. O Brasil já possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e tem um dos maiores potenciais para produção de energia renovável do planeta. Da Rádio Senado, Floriano Filho.

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