Publicação reúne legislação sobre transtorno do espectro autista — Rádio Senado
Lançamento

Publicação reúne legislação sobre transtorno do espectro autista

A legislação brasileira assegura às pessoas com autismo uma série de direitos, entre eles, o atendimento prioritário nos sistemas de saúde pública e privada. Pensando em reunir todo o arcabouço legislativo do país sobre o assunto foi lançado o livro "Autismo (Transtorno do Espectro Autista) – Legislação e Jurisprudência", organizado por Luciana de Freitas, Renato Borelli e Tatiana Takeda, os três com filhos autistas.

10/11/2023, 20h00 - ATUALIZADO EM 10/11/2023, 20h00
Duração de áudio: 03:54
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Transcrição
PUBLICAÇÃO REÚNE LEGISLAÇÃO NACIONAL SOBRE O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA. LIVRO TEM O OBJETIVO AJUDAR PROFISSIONAIS QUE MILITAM NA ÁREA, COMO OS DO DIREITO, DA PEDAGOGIA E DA SAÚDE. REPÓRTER PEDRO PINCER: O transtorno do espectro autista é uma síndrome comportamental que pode ter impacto na sociabilidade e na comunicação, levando, muitas vezes, ao isolamento. A legislação brasileira assegura às pessoas com autismo uma série de direitos, entre eles, o atendimento prioritário nos sistemas de saúde público e privado. Essas garantias estão previstas em leis como o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Pensando em reunir todo o arcabouço legislativo do país sobre o assunto foi lançado esta semana o livro "Autismo (Transtorno do Espectro Autista) – Legislação e Jurisprudência", organizado por Luciana de Freitas, Renato Borelli e Tatiana Takeda, os três com filhos autistas. Promotora de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso, Luciana de Freitas explica como surgiu a ideia da publicação. E a gente misturando ali as nossas experiências pessoais, né, como mães de autistas, junto com as nossas experiências profissionais, né, de achar dificuldade de encontrar as legislações, os direitos dos autistas em um local só, então nós pensamos, vamos elaborar esse manual, né, esse vadmeco que vai facilitar a vida dos profissionais. Então isso já vão dois, três anos, né, de trabalho e finalmente conseguimos o nosso lançamento. Para a advogada e professsora Tatiana Takeda, que integra a Comissão Nacional da Pessoa com Deficiência junto ao Conselho Federal da OAB, o país tem leis de primeiro mundo sobre o tema. O que falta são textos mais claros,  um envolvimento maior da sociedade e  aumentar a efetividade das normas. Isso vai muito desse capacitismo estrutural que a gente vê na nossa sociedade, mas ainda existem muitos paradigmas que devem ser quebrados. Felizmente, nós estamos caminhando para frente, embora os passos ainda sejam muito tímidos, né? Mas a gente não pode aceitar retrocesso, a gente não pode aceitar que os direitos sejam tirados. No entanto, a gente ainda tem aí esse dever de correr atrás da efetividade dessas normas. Parece que para o nosso público os direitos nunca caem de graça no colo, né? Então a gente tem que sempre ir atrás para tentar efetivar esses direitos. A intenção não é atender apenas os profissionais do Direito, mas outros que estejam ligados ao assunto, como ressalta Luciana de Freitas: Então, nós estamos falando aí de médicos, de pedagogos, professores, assistentes sociais, de um plexo enorme de profissionais, porque eles precisam se locomover nas suas profissões, sabendo dos direitos, das garantias, deveres, enfim, de tudo que está relacionado com o autismo. Então, foi justamente pensando em todos esses profissionais que nós fizemos esse Vade Mecum. Então, é um livro que se destina a todos que trabalham com o autismo. Tatiana Takeda também destacou que a pessoa com deficiência precisa ser respeitada e que a inclusão tem que ser parte fundamental da agenda do país: É importante a gente dar destaque aí à existência das barreiras atitudinais, que talvez sejam as barreiras que mais atrapalham a vida da pessoa com deficiência. Portanto, nós temos que dar prioridade para campanhas de conscientização, de modo que a sociedade entenda que ela costume, que ela quebre seus paradigmas e venha entender que a inclusão é um caminho sem volta, que a pessoa com deficiência, ela tem que ser respeitada e que cada um é responsável por esse avanço da efetivação dos direitos. O livro está sendo publicado pela editora Rideel e tem prefácio do médico neurologista José Salomão Schwartzman. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.

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