Na CE, presidente do Inep aponta desafios na revalidação de diplomas médicos — Rádio Senado
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Na CE, presidente do Inep aponta desafios na revalidação de diplomas médicos

Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos apresenta custos altos e limitações legais para mudanças na segunda etapa da avaliação. Presidente do instituto, Manuel Fernando Palacios explicou dificuldades a serem enfrentadas com o crescimento do número de candidatos devido ao programa Mais Médicos, que tem muitos profissionais com diplomas a serem revalidados.

07/11/2023, 19h20 - ATUALIZADO EM 07/11/2023, 20h13
Duração de áudio: 03:05
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
O EXAME DE REVALIDAÇÃO DE DIPLOMAS MÉDICOS, REVALIDA, FOI TEMA DE DEBATE NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO. CRESCIMENTO DA DEMANDA COM O PROGRAMA MAIS MÉDICOS E MÉTODO CONTROVERSO PARA SEGUNDA ETAPA FORAM DESTAQUES. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. O Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos foi tema de audiência pública na Comissão de Educação do Senado. O teste feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, regulariza o diploma de graduação em medicina de profissionais formados em universidades fora do Brasil. O presidente do Inep, Manuel Fernando Palacios, explicou a estruturação da prova e suas duas etapas, ressaltando os aspectos complexos e onerosos da segunda parte do Revalida; além de estudos para mudar procedimentos também devido à necessidade de revalidar diplomas dos profissionais do programa Mais Médicos. Palacios - O Inep tem participado de comissões interministeriais para discutir eventuais reformas do Revalida. Todos nós concordamos que dado o aumento da demanda seria interessante encontrar uma alternativa ao exame com atores até porque há dificuldades de padronização. Nós estamos a caminho de ter uma resolução que permita o uso de plataformas digitais na avaliação da prática clínica de uma maneira que seja mais padronizada e mais adequada à escala que o exame vem assumindo ultimamente.  A senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, que propôs o debate, enfatizou sua posição contrária ao uso de atores na segunda etapa do Revalida. Zenaide - Como avaliar um abdômen de um paciente se ele não está doente? Com esses pacientes fictícios eu acho que termina se transformando numa prova teórica. As universidades públicas têm todas as clínicas porque os hospitais são completos e normalmente os pacientes que são internados já sabem que têm estudantes ali. Eu não acredito que os pacientes de hospitais-escola se recusem. Mas a avaliação com pacientes em hospitais públicos para aprovação na segunda etapa do Revalida encontra dificuldades legais e logísticas, conforme explicou o presidente do Inep. Palacios - A lei fala de uma segunda etapa do exame, não fala de um estágio, de um período prolongado em que a prática desse candidato à revalidação seria examinada. Mas o problema principal era a dificuldade de incluir dois mil candidatos em atividades de estágio dentro dos hospitais-escola das universidades públicas brasileiras. Seria muito difícil criar esse campo de prática para uma quantidade tão grande de médicos buscando revalidação. Até aqui não temos encontrado uma solução adequada a essa pretensão. Também se manifestou favoravelmente à avaliação da segunda etapa do Revalida dentro das unidades de saúde pública o senador Alan Rick, do União do Acre. Ele considera que a prática traria mais eficiência e economia na realização do exame e mencionou projeto de lei de sua autoria para reduzir o valor máximo a ser cobrado na segunda fase, atualmente em 4.106 reais. Da Rádio Senado, Janaína Araújo. 

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