Maria Beatriz Nascimento entra no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria — Rádio Senado
Reconhecimento

Maria Beatriz Nascimento entra no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta terça (31), a lei que inscreve no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria o nome da historiadora e ativista do feminismo negro, Maria Beatriz Nascimento. A Lei 14.712/2023 teve origem no PL 614/2022, do senador Paulo Paim (PT-RS), que comemorou o reconhecimento da trajetória da intelectual.

01/11/2023, 16h58 - ATUALIZADO EM 01/11/2023, 16h58
Duração de áudio: 02:50
gov.br/igualdaderacial/

Transcrição
A HISTORIADORA BEATRIZ NASCIMENTO ENTROU PARA O LIVRO DE HERÓIS E HEROÍNAS DA PÁTRIA. ELA É CONSIDERADA UMA DAS MAIORES INTELECTUAIS NEGRAS DO BRASIL. REPORTER JÚLIA LOPES: Considerada uma das intelectuais mais importantes para o feminismo negro no Brasil, a historiadora Maria Beatriz Nascimento é a mais nova heroína da Pátria. Seu nome foi incluído no Livro de Aço que registra figuras importantes para a história do país; por meio de lei sancionada na última terça-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Beatriz Nascimento se dedicou à pesquisa sobre a formação de quilombos, a resistência cultural negra e o racismo, conforme destacou o professor de Jornalismo da Universidade de Brasília, Alan Santos. Professor Alan Santos: "Ela tem toda importância para a nossa cultura brasileira a partir do pensamento afrodiaspórico. E a ideia de que o quilombismo é uma das filosofias afrodiaspóricas. O quilombo vai para além do território africano e para além dos territórios que se constituíram aqui em nossa sociedade brasileira, não só como comunidades, mas também como perspectiva de pensamento." O autor do projeto que deu origem à lei que elevou Beatriz Nascimento à Heroína da Pátria foi o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, para quem o reconhecimento oficial significa valorizar uma trajetória de luta pelo resgate da história e da cultura negras: Reconhecer a importância de Beatriz Nascimento é mais que uma homenagem. É um reconhecimento da luta histórica de todas as mulheres brasileiras pelo tratamento igualitário. É reconhecer a trajetória, valorizar a cultura de um povo que era arrancado de suas terras, de suas vidas e de suas famílias, para povoar e construir o Brasil que hoje vivemos. Nascida em Sergipe e vinda de uma família humilde, Beatriz Nascimento se formou em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e iniciou um mestrado em Comunicação Social, mas não pôde concluir o curso. O senador Paulo Paim lembrou o trágico episódio da morte da intelectual: Infelizmente, sua trajetória foi interrompida de forma muito brusca. Aos 52 anos, em 28 de janeiro de 95. Ela foi assassinada a tiros ao tentar defender a amiga do namorado agressor. O assassinato de Beatriz Nascimento, retrata um cenário de violência contra as mulheres, especialmente as mulheres negras do Brasil, que ainda hoje nós deixam com uma posição de um país atrasado. O livro dos Heróis e Heroínas fica no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Júlia Lopes.

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