CPMI do 8 de Janeiro aprova relatório com pedido de indiciamento de Bolsonaro e militares — Rádio Senado
Conclusão

CPMI do 8 de Janeiro aprova relatório com pedido de indiciamento de Bolsonaro e militares

Por 20 votos favoráveis e 11 contrários, a CPMI do 8 de Janeiro aprovou o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que pede o indiciamento do ex-presidente Bolsonaro e outras 60 pessoas pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e violência política. O documento será agora enviado para o Ministério Público Federal, Polícia Federal e Poder Judiciário. Ao insistir na omissão do governo e na ação de infiltrados, a oposição queria o indiciamento do presidente Lula; do ministro da Justiça, Flávio Dino; e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general G. Dias. O senador Sergio Moro (União-PR) declarou que o relatório ignorou a verdade e atacou as Forças Armadas. Já Eliziane Gama ressaltou que as conclusões tiveram como base os documentos e os depoimentos e ponderou que a aprovação do relatório é uma demonstração do fortalecimento da democracia.

18/10/2023, 18h50 - ATUALIZADO EM 18/10/2023, 18h51
Duração de áudio: 02:39
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
A CPMI DO 8 DE JANEIRO APROVA RELATÓRIO COM PEDIDO DE INDICIAMENTO DE BOLSONARO, DE EX-MINISTROS, MILITARES E EMPRESÁRIOS. A OPOSIÇÃO CLASSIFICOU O PARECER DE POLÍTICO POR PERSEGUIR O EX-PRESIDENTE E QUESTIONOU A FALTA DE RESPONSABILIZAÇÃO DE INTEGRANTES DO GOVERNO LULA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Aprovado por 20 votos favoráveis e 11 contrários, o relatório da senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, será encaminhado para o Ministério Público, Polícia Federal e Poder Judiciário, que terão acesso às quebras dos sigilos, documentos e depoimentos. Entre os destaques do parecer está o pedido de indiciamento do ex-presidente Bolsonaro e de mais 60 pessoas, entre militares, ex-ministros e empresários. Ao criticar a conclusão das investigações, a oposição insistiu que o relatório não apontou a omissão do governo federal nem indiciou o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G.Dias, como destacou o senador Sergio Moro, do União do Paraná.  Quando se junta a omissão do general Gonçalves Dias com a do ministro da Justiça, e esse é uma das principais falhas aqui do relatório porque sem evidências se constrói a teoria do golpe de estado, que se ouve não há evidências que foram produzidas por essa CPMI. Quem invadiu o Supremo e destruiu o patrimônio público tem que ser responsabilizado. Mas quem deixou isso acontecer, podendo evitar que acontecesse também tem que ser responsabilizado. Eliziane Gama rebateu as críticas ao afirmar que o relatório foi elaborado com base nos documentos que chegaram à CPMI e nos depoimentos. Ela considera que as investigações mostraram a atuação de grupos radicais no cenário político nacional.  Hoje é um dia simbólico para o Brasil e para o mundo, o Brasil, sobretudo. O Congresso Nacional dá uma resposta de intolerância a atos antidemocráticos. É uma demonstração de que a democracia venceu o fascismo, de que a democracia venceu a barbárie, de que a democracia do Brasil é forte, de que as instituições brasileiras mais do que nunca são fortes e nós não vamos permitir que o 8 de janeiro se repita na história brasileira.  A oposição apresentou dois votos em separado, que não foram votados porque o relatório de Eliziane Gama foi aprovado. Uma iniciativa da oposição, a CPMI do 8 de Janeiro foi instalada no final de maio e concluiria os trabalhos no final de novembro. Mas por falta de acordo entre governo e oposição e por decisões desfavoráveis do Supremo Tribunal Federal, o presidente Arthur Maia, do União da Bahia, decidiu atencipar o final das investigações para outubro. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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