Chanceler brasileiro pede cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e devolução dos reféns israelenses — Rádio Senado
Conflito no Oriente Médio

Chanceler brasileiro pede cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e devolução dos reféns israelenses

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, pediu o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e a devolução dos reféns israelenses. Mauro Vieira falou aos senadores da Comissão de Relações Exteriores do Senado nesta quarta-feira (18) e reafirmou a necessidade do respeito ao direito internacional. Ele também condenou a destruição de prédios civis, como hospitais e escolas.

18/10/2023, 20h01 - ATUALIZADO EM 18/10/2023, 20h01
Duração de áudio: 03:52
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
CHANCELER BRASILEIRO PEDE O CESSAR-FOGO IMEDIATO NA FAIXA DE GAZA E A DEVOLUÇÃO DOS REFÉNS ISRAELENSES. MAURO VIEIRA PEDIU NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO O RESPEITO AO DIREITO INTERNACIONAL. REPÓRTER FLORIANO FILHO. A audiência pública na Comissão de Relações Exteriores para ouvir o chanceler Mauro Vieira foi marcada em meio à escalada do conflito entre Israel e o grupo Hamas, na região da Palestina. Os continuados ataques criaram uma crise humanitária na Faixa de Gaza, na costa oriental do Mar Mediterrâneo e que tem fronteiras com o Egito e com Israel.  O governo israelense declarou o início da guerra após sofrer os ataques que ele chamou de terroristas do grupo islâmico no último dia 7 de outubro. O ministro de Relações Exteriores disse que nada justifica o ataque contra civis e expressou as condolências pelos brasileiros mortos durante as agressões. Além de informar que a embaixada brasileira em Tel Aviv  está com as portas abertas para auxiliar no que for necessário, afirmou que o Brasil “não poupará esforços” para conseguir criar um corredor humanitário na Faixa de Gaza, permitindo a retirada de civis da zona de guerra. Segundo ele existem cerca de 50 brasileiros em Gaza e outros milhares em Israel. Outra preocupação do governo é com o risco de transbordamento do conflito para países da região onde também residem milhares de brasileiros. Mauro Vieira lembrou os compromissos históricos do Brasil com Israel e com o desejo do povo palestino de construir seu próprio Estado. E deixou clara a posição do governo brasileiro em relação ao atual estágio do conflito. Defendemos que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias. Pedimos a Israel o cessar do bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. E exortamos as partes a respeitarem o direito humanitário internacional. É inadmissível a continuidade desse conflito e os ataques à infraestrutura civil, tal como verificado ontem em um hospital batista de Gaza, que, segundo apurações iniciais, resultou na morte em torno de 500 pessoas. O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco destacou o êxito da operação do governo brasileiro, incluindo diplomatas e as Forças Armadas para repatriar os cidadãos brasileiros que estavam em Israel.  Garantir a todos os brasileiros que estavam lá na região de conflagração o direito de voltarem ao seu país sãos e salvos. Isso não é pouca coisa. Não é pouca coisa. Países outros, muito mais poderosos que o Brasil, até agora não conseguiram fazer. Mauro Vieira voltou a ser questionado sobre o fato do governo brasileiro ainda não ter declarado oficialmente o grupo Hamas como organização terrorista. O ministro explicou que o Brasil no momento está seguindo o entendimento do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que ainda não classificou essa organização como terrorista. O presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, afirmou que essa posição traz riscos para o Brasil.  Quando nós não fazemos uma condenação explícita, firme, nós não damos uma posição clara, nós geramos uma série de controvérsias e até comportamentos perigosos. Eu quero citar aqui que, por exemplo, a comemoração da extrema esquerda com relação aos assassinatos em Israel, no Brasil tem reflexos. E reflexos antissemitas perigosos. Até esta terça-feira, mais de 1.000 cidadãos brasileiros haviam conseguido retornar para as suas casas graças aos voos da Força Aérea Brasileira. Da Rádio Senado, Floriano Filho. 

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