Relatório da CPMI do 8 de Janeiro será apresentado na próxima terça-feira; Oposição terá dois votos em separado
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) deve apresentar o relatório da CPMI do 8 de Janeiro na terça-feira, dia 17, para votação no dia seguinte. Ela minimizou decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal contrárias às investigações e disse que os depoimentos feitos e os documentos à disposição foram usados na elaboração do parecer. A oposição vai apresentar dois votos em separado. Segundo o senador Magno Malta (PL-ES), o documento vai focar na suposta omissão do governo federal em relação aos ataques e no descaso com os presos do dia 8.
Transcrição
RELATÓRIO DA CPMI DO 8 DE JANEIRO SERÁ APRESENTADO NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA PARA VOTAÇÃO NO DIA SEGUINTE PELA COMISSÃO.
A OPOSIÇÃO TAMBÉM VAI ENTREGAR DOIS VOTOS EM SEPARADO, QUE VÃO PEDIR O INDICIAMENTO DO MINISTRO DA JUSTIÇA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
Após pouco mais de quatro meses e meio, a CPMI do 8 de Janeiro deverá encerrar os trabalhos nos próximos dias. A senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, vai apresentar o relatório no dia 17 para votação no dia seguinte. Apesar de ainda não ter sido respondido o recurso ao Supremo Tribunal Federal para o uso das informações relacionadas às quebras dos sigilos do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, Eliziane Gama afirmou que o parecer não fica comprometido porque outros documentos serão usados. Já o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, minimizou o fato de a CPMI não ter tido reuniões nas últimas semanas. E considera que não há necessidade de prorrogação dos trabalhos, previstos para serem encerrados apenas em novembro.
A CPI está concluindo os seus trabalhos. Essas duas últimas oitivas que foram agendadas, uma cancelada, uma trouxe elementos novos, que foi o financiamento. A outra não traria mais nenhum tipo de novidade, nenhuma informação relevante para a conclusão do relatório. No tempo que ela tinha, ela já concluiu o seu trabalho sem precisar prorrogar mais.
A oposição deverá apresentar dois votos em separado. O senador Magno Malta, do PL do Espírito Santo, argumentou que a CPMI não ouviu as pessoas presas pelos atos do dia 8. E reforçou que o Ministério da Justiça não enviou as imagens do prédio que mostrariam o efetivo da Força Nacional de Segurança Pública.
Então nós vamos preparar o nosso para que coloquemos por terra essa narrativa de que houve atos de terror. Atos de terror houve quando em 2014, em 2016, o MST tentou invadir o Supremo, invadiram a Câmara, botaram fogo na Esplanada dos Ministérios. Tudo isso virou ato democrático. Nada disso é antidemocrático. Antidemocrático só a partir de Jair Bolsonaro. O nosso relatório certamente é para divulgar essa narrativa.
Desde maio, quando da instalação, a CPMI do 8 de Janeiro ouviu vinte convocados, entre eles, os ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro, general Augusto Heleno, e de Lula, general Gonçalves Dias, além do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e de oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal. A comissão foi instalada por uma iniciativa da oposição para investigar a suposta omissão do governo federal em relação aos ataques. Da Rádio Senado, Hérica Christian.