Entidades educacionais pedem alterações na Lei do Ensino Superior — Rádio Senado
Audiência Pública

Entidades educacionais pedem alterações na Lei do Ensino Superior

A Comissão de Educação e Cultura (CE) realizou audiência para discutir a necessidade de aperfeiçoamento na legislação que regulamenta as ofertas de cursos de ensino superior. Entidades classificaram como obstáculos o alto índice de evasão escolar, o envelhecimento dos professores e o desinteresse dos alunos pelo magistério. Pesquisa do Instituto SEMESP aponta que país pode sofrer um déficit de 235 mil professores até 2040.

20/09/2023, 19h18 - ATUALIZADO EM 20/09/2023, 19h35
Duração de áudio: 03:31
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DISCUTIU MANEIRAS DE DEIXAR CARREIRA DE PROFESSORES MAIS ATRATIVA. ESTUDO APONTA QUE 235 MIL VAGAS ESTARÃO OCIOSAS ATÉ 2040. REPÓRTER LUIZ FELIPE LIAZIBRA. Para tornar os cursos universitários mais atrativos aos estudantes, a Comissão de Educação realizou audiência para debater alterações na lei que trata do ensino superior. O pedido partiu do presidente do colegiado, senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, que foi alertado pelo Conselho Federal de Educação do estado sobre a baixa ocupação de vagas nos cursos que exigem licenciatura. Pesquisa recente do Instituto SEMESP, que representa as mantenedoras de ensino superior, mostrou que o envelhecimento dos professores combinado com a falta de interesse dos jovens em seguir o magistério agravam o déficit da categoria. O estudo revela ainda que podem faltar 235 mil professores na educação básica por falta de ocupação de vagas. Para reverter esse cenário, Fátima Padoan, presidente do Conselho Estadual de Educação do Paraná, sugeriu que todos os cursos permitam o ingresso do aluno em bacharelado e licenciatura para que depois ele escolha o que for melhor para sua formação. Segundo resolução do Ministério da Educação, apenas educação física tem essa possibilidade de ingresso único. Fátima Padoan: Essa condição de ingresso único com a possibilidade de dois percursos formativos atualmente é exclusiva do referido curso (educação física). Contudo, entendemos que a ampliação da permissão deve ser estendida para os demais cursos, que por suas especificidades, possibilitem tal oferta tendo em vista que o curso habilitado para mais uma área é uma opção mais atrativa para os futuros professores e pode auxiliar na ocupação efetiva dos referidos cursos. O presidente da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais, Odilon de Morais, ressaltou que as alterações devem contemplar a formação dos professores com valorização salarial e flexíbilidade, por exemplo. Ele disse que deixar a profissão mais atrativa é urgente. Odilon declarou ainda que foram feitas inúmeras tentativas para que as vagas da Universidade Estadual de Alagoas fossem ocupadas. Odilon de Morais: Tem uma outra questão que está chamando bastante atenção é a ociosidade de vagas. A gente abriu o vestibular e a gente não tem as vagas preenchidas em nossas universidades públicas. Agora mesmo, na Universidade Estadual de Alagoas, a gente abriu o vestibular e nós fizemos todas as chamadas possíveis, mesmo assim sobraram vagas. Tivemos que fazer uma chamada por fora do Sisu para que pudéssemos preencher todas as vagas da universidade. Para o senador Flávio Arns, a proposta que prevê o ingresso único no vestibular pode atrair mais alunos. Flávio Arns - Acontece muitas vezes da pessoa iniciar o curso pensando em ser um professor, um instrutor de academia, mas depois vê: "poxa, eu gostei da parte pedagógica, da educação, de ser professor, aparece uma chance de ter uma oportunidade e de lecionar ou de fazer um concurso". Então, como abrir mais perspectivas para os alunos, para os acadêmicos também? A próxima audiência sobre o tema vai contar com a presença do MEC e do Conselho Nacional de Educação. Sob a supervisão de Pedro Pincer, da Rádio Senado, Luiz Felipe Liazibra.

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