Plenário do Senado presta homenagem ao Estoicismo
O Plenário do Senado realizou uma sessão especial para discutir o Estoicismo, uma doutrina filosófica criada por Zenão de Cítio em Atenas no ano 300 antes de Cristo e que ganhou grande projeção em Roma. A ideia central é a de que todo o universo é governado por uma lei natural, divina e racional e o ser humano deve se concentrar naquilo que pode controlar. O requerimento da sessão, que teve a participação de professores de Filosofia e de Ciência Política, foi do senador Eduardo Girão (Novo - CE).
Transcrição
O PLENÁRIO DO SENADO FOI PALCO DE UM DEBATE SOBRE O ESTOICISMO.
O REQUERIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DA SESSÃO ESPECIAL FOI DO SENADOR EDUARDO GIRÃO, DO NOVO DO CEARÁ. A REPORTAGEM É DE CESAR MENDES.
O Estoicismo é uma doutrina filosófica que surgiu na Grécia Antiga no século três antes de Cristo, enfatizando a virtude, o autocontrole e a aceitação das circunstâncias da vida. Foi criada por Zenão de Cítio em Atenas, mas se tornou mais conhecida anos depois, em Roma. A ideia central é que todo o universo é governado por uma lei natural, divina e racional. E o ser humano deve concentrar suas ações naquilo que pode efetivamente controlar. O autor do requerimento, Eduardo Girão, do Novo do Ceará, citou personagens marcantes dessa escola de pensamento.
'' Teve grande destaque em Roma através de verdadeiros ícones, como Sêneca, Epiteto e de Marco Aurélio, o imperador filósofo de Roma. Todos marcaram a nossa história não apenas em função de sua extraordinária inteligência, liderança ou oratória. Continuam sendo referência até hoje, porque praticaram em suas vidas a coerência com aquilo que acreditavam e pregavam.''
Para a professora de Filosofia Lúcia Helena Galvão, a humanidade seria outra se levássemos a sério um dos conceitos básicos do Estoicismo, o de que cada um deve se ocupar apenas daquilo que está ao seu alcance transformar.
'' Se nós levarmos a sério este conceito de Epiteto, nós vamos ver que nós somos em geral muito escravos. O que temos feito em relação àquilo que depende de nós? Se pudéssemos imaginar uma humanidade de oito bilhões de seres humanos, todos fazendo aquilo que depende deles, com presente pleno, com excelência em cada momento, o que seria a humanidade? ''
O cientista político Luiz Felipe D'Ávila, que concorreu à presidência da República nas eleições do ano passado pelo partido Novo, apontou o que ele considera ser o caminho para se colocar os ensinamentos do estoicismo em prática nos dias de hoje no Congresso Nacional.
'' Eu diria que um estóico no Senado Federal, na Câmara, tem que olhar quais são os problemas que impedem o Brasil de ser uma democracia plena e nós temos três problemas: É o populismo, é o nacional-estatismo e é um estado ineficiente. Essas três coisas vêm minando a criação de uma democracia plena no país. ''
O senador Girão disse que a pesquisa do Datafolha divulgada na semana passada apontando 61 por cento dos brasileiros tristes e desanimados com o país comprova a importância de relembrar hoje os ensinamentos do Estoicismo. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.