Policial militar diz à CPMI que manifestantes estavam preparados para atacarem os prédios — Rádio Senado
CPMI do 8 de Janeiro

Policial militar diz à CPMI que manifestantes estavam preparados para atacarem os prédios

Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, a policial militar do Distrito Federal, Marcela Pinno, disse que se surpreendeu com a escalada da violência do que chamou de vândalos e confirmou ter sido agredida e arremessada por eles da cúpula do Congresso Nacional. Ela disse que usaram estacas, gradis, pedras e bombas caseiras. O senador Marcos Rogério (PL-RO) avalia que as declarações da PM mostram que infiltrados e não apoiadores de Bolsonaro fizeram os ataques. Já a relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que a comissão vai atrás dos organizadores e financiadores da destruição das sedes dos três Poderes.

12/09/2023, 18h25 - ATUALIZADO EM 12/09/2023, 18h25
Duração de áudio: 02:52
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
EM DEPOIMENTO À CPMI DO 8 DE JANEIRO, POLICIAL MILITAR AGREDIDA DESTACA VIOLÊNCIA POR PARTE DOS MANIFESTANTES. OPOSIÇÃO DIZ QUE INFILTRADOS PROMOVERAM O QUEBRA-QUEBRA. RELATORA AFIRMA QUE A COMISSÃO VAI ATRÁS DOS MENTORES E DOS FINANCIADORES DOS ATAQUES. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Na ausência da ex-secretária de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar, os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro ouviram o depoimento da cabo da Polícia Militar do Distrito Federal, Marcela Pinno, que foi arremessada da cúpula do Congresso Nacional de uma altura de 3 metros. A policial comentou que os manifestantes conseguiram passar facilmente pela primeira contenção de segurança nas proximidades do Congresso Nacional, mas preferiu não responder se houve falhas por parte da corporação. Ao se referir a eles como vândalos, Marcela Pinno detalhou que eles estavam preparados para a invasão ao citar que vestiam máscaras e luvas e que usaram estacas, pedras, grades e até bombas caseiras para atacar os policiais e invadir os prédios. No dia 8 o que nos chamou muito a atenção, de fato, foi a violência que foi imposta contra os policiais. Era clara, era nítida a intenção, principalmente em relação a nós, a tropa que estava ali diante deles, que era a linha de frente do momento, de que eles estavam dispostos realmente a tudo, inclusive de atentar contra a nossa vida, como foi feito. Para o senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, o depoimento da policial militar demonstra que a violência foi praticada por infiltrados e não pelos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.   Ao passo em que ela denuncia pessoas treinadas com arma branca ao mesmo tempo ela diz ‘olha não era a multidão, eram algumas pessoas’. O movimento me parece ter dois perfis de pessoas que estavam ali indo no vácuo e entrando nos prédios públicos e outros que eram pessoas treinadas com armas brancas, ferramentas para agressão. É parte do mesmo grupo ou é alguém que se infiltrou ali para poder promover a baderna? Eu acho que a CPI tem que avançar nesse sentido. A relatora, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, lembrou que o próprio Bolsonaro incentivou os atos de violência. E declarou que a CPMI vai identificar os financiadores dos ataques. Havia um volume mais exaltado de manifestantes e ao mesmo tempo também nem todos foram presos. Você tinha ali o que umas quatro, cinco mil pessoas e você teve numa primeira leva mil e poucos presos. De fato, nem todos eram vândalos. Agora existem um quantitativo significativo de vândalos que destruíram que quebraram, então, isso é um fato. A gente na CPI precisa na verdade entender quem fomentou, quem incentivou, quem pensou e quem investiu nesses manifestantes vândalos. Na quinta-feira, os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro vão ouvir o ex-comandante do Comando Militar do Planalto, general Gustavo Dutra, que teria impedido o desmonte dos acampamentos no Quartel General do Exército em Brasília. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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