Presidente da CPMI do 8 de Janeiro descarta investigar suposto esquema da venda de joias de Bolsonaro — Rádio Senado
CPMI do 8 de Janeiro

Presidente da CPMI do 8 de Janeiro descarta investigar suposto esquema da venda de joias de Bolsonaro

A relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), considera que recursos provenientes da suposta venda de joias e presentes por assessores de Bolsonaro podem ter financiado os ataques em Brasília, por isso, defende a convocação dos investigados pela Polícia Federal. Mas o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), descartou incluir esse tema nas investigações ao citar que o foco é o que aconteceu no dia 8. Em depoimento à CPMI, o fotógrafo da Reuters, Adriano Machado, negou proximidade com os invasores e denunciou que foi ameaçado no registro da invasão ao Planalto e teve que apagar fotos. Para o senador Marcos Rogério (PL-RO), o destaque do depoimento foi a declaração do fotógrafo de ter visto homens da Força Nacional de Segurança Pública no Ministério da Justiça.

15/08/2023, 17h35 - ATUALIZADO EM 15/08/2023, 18h24
Duração de áudio: 03:50
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
APESAR DO PEDIDO DA RELATORA, PRESIDENTE DA CPMI DO 8 DE JANEIRO DESCARTA INVESTIGAR SUPOSTO ESQUEMA DE VENDA DE PRESENTES POR ASSESSORES DE BOLSONARO. EM DEPOIMENTO AO COLEGIADO, FOTÓGRAFO NEGA PROXIMIDADE COM OS INVASORES DO PALÁCIO DO PLANALTO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, quer ouvir os envolvidos na suposta venda de presentes e joias do ex-presidente Bolsonaro. Entre os possíveis convocados estão o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid; que já falou à comissão; o pai dele, general Mauro César; o tenente Osmar Crivelatti, e o advogado Frederick Wassef. Ela considera que os recursos desse suposto esquema podem ter sido usados para financiar os ataques do 8 de janeiro. A questão do escândalo das joias tem o âmbito da corrupção que alguém possa dizer que não é um objeto da CPMI. Mas é objeto da CPMI entender qual o tipo de dinheiro fez o investimento nos atos antidemocráticos, inclusive, algumas empresas que nós pedimos aqui a quebra são empresas que tiveram financiamento público com BNDES e fizeram negociações com o governo federal. E as joias que foram negociadas fora do país, a gente precisa também entender se nesse conjunto, na verdade, de recursos também foi direcionado ao 8 de janeiro. Mas o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia, do União da Bahia, descartou incluir o suposto esquema das joias nas investigações do 8 de janeiro. Nós não temos porque ampliar o escopo para querer investigar a questão de joias. Pelo que me consta já está em andamento na Câmara dos Deputados a proposição de uma CPI para investigar a questão das joias. Ótimo! Isso diz respeito a um assunto, o 8 de janeiro é outro assunto. Só mesmo quem quer que essa CPI termine em pizza é que pode está querendo ampliar isso para questão de joias, daqui a pouco outro assunto qualquer. Isso nós não podemos permitir. Vamos focar na questão do oito de Janeiro. Em depoimento à CPMI, o fotógrafo da Reuters, Adriano Machado, negou proximidade com os invasores do Palácio do Planalto ao afirmar que entrou pela rampa que estava com a porta aberta. Disse ter chegado no momento em que a Polícia Militar teria tentado impedir a invasão. Dentro do Palácio, explicou que seguiu de forma discreta os manifestantes para o gabinete presidencial. Ao ter a presença percebida, Adriano Machado revelou ter sido ameaçado pelos invasores para que apagasse fotos feitas daquele momento. Exerci meu trabalho corretamente com integridade, independência e isenção de viés. Eu não fiz nada de irregular e as imagens divulgadas deixam claro que eu estava somente trabalhando e tirando fotos. A retribuição do cumprimento de uma pessoa está sendo usada para distorcer o meu trabalho naquele dia. Eu estava trabalhando, nunca vi aquelas pessoas antes ou depois na minha vida. Eu me senti ameaçado e forçado a deletar aquelas fotografias e não tive alternativa. Ao afirmar que as imagens do próprio Palácio do Planalto não evidenciam ameaça contra o fotógrafo, o senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, considerou relevante a declaração de Adriano Machado de ter visto homens da Força Nacional de Segurança Pública no Ministério da Justiça. Quando ele disse que teve encontro com a Força Nacional de prontidão próximo ao Ministério da Justiça, mas que em nenhum momento nós vimos a ação da Força Nacional no sentido de proteger o Palácio do Planalto. Ou seja, a Força Nacional de segurança estava convocada, estava pronta, mas não agiu para defender. De quem foi a ordem para que ela não agisse? Houve um apagão no serviço de segurança em Brasília no dia 8. Ele trouxe uma prova ao trabalho da CPI quando ele disse “eu passei pela Força Nacional de Segurança, ela estava lá, mas não agiu”. Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro deverão ouvir na quinta-feira o hacker Walter Delgatti Neto, acusado de invadir o sistema eletrônico do Poder Judiciário e telefones de autoridades. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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