Hacker que invadiu CNJ vai ser ouvido pela CPI do 8 de janeiro — Rádio Senado
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Hacker que invadiu CNJ vai ser ouvido pela CPI do 8 de janeiro

Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro aprovaram diversos requerimentos de convocação, entre eles, o do hacker Walter Degatti Neto, que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça e telefones de autoridades. Também foram aprovados pedidos de quebras de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de empresas e pessoas físicas, a exemplo do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. A relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), disse que as informações vão ajudar a identificar os organizadores e financiadores dos ataques. Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou os governistas por rejeitarem a convocação do comandante da Força Nacional de Segurança Pública de um representante do Ministério da Justiça.

03/08/2023, 21h06 - ATUALIZADO EM 03/08/2023, 21h06
Duração de áudio: 03:23
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A CPMI DO 8 DE JANEIRO VAI OUVIR HACKER QUE INVADIU O SISTEMA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA E TELEFONES DE AUTORIDADES. A COMISSÃO TAMBÉM APROVOU QUEBRAS DE SIGILOS FISCAL, BANCÁRIO, TELEFÔNICO E TELEMÁTICO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Entre os diversos requerimentos aprovados pela CPMI do 8 de janeiro estão a convocação de cinco testemunhas. Entre elas, duas policiais militares do Distrito Federal, a coronel Cíntia de Castro e a cabo Marcela Morais; o supervisor da Ajudância de Ordens do ex-presidente Bolsonaro, Luis dos Reis, e o hacker Walter Delgatti Neto, preso pela Polícia Federal por invasão a sistemas, como o do Conselho Nacional de Justiça, a pedido da deputada Carla Zambelli, do PL de São Paulo. Ele também é investigado por hackear os telefones de 200 autoridades. Os integrantes da comissão também aprovaram diversos pedidos de quebras de sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico de dezenas de testemunhas e investigados, incluindo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Também foram aprovados os requerimentos de compartilhamento de informações, a exemplo dos relatórios da Agência Brasileira de Inteligência sobre os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro. A relatora, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, avalia que essas informações que serão enviadas à CPMI vão facilitar a identificação dos organizadores e dos financiadores dos ataques à sede dos três Poderes. São empresas que têm indícios de terem participado de alguma forma em relação a esses financiamentos. Além do mais, também fizemos aí a aprovação das convocações, dentre eles, do hacker, que o ponto fundamental dele é o questionamento do processo eleitoral, que motivou as manifestações do dia 8 de janeiro. Então, eu acho que foi um dia, de fato, muito produtivo e que vai nos dar aí elementos para as próximas oitivas. A base aliada, no entanto, não conseguiu impedir a convocação do fotógrafo da Agência Reuters, Adriano Machado, que aparece no Palácio do Planalto no dia da invasão, mas rejeitou a convocação do comandante do Batalhão da Força Nacional de Segurança Pública, coronel Sandro Queiroz, e do representante da Diretoria de Inteligência do Ministério da Justiça, Tomás Vianna. O senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará, protestou contra a decisão. O governo não tem o menor pudor de bloquear a vinda de uma pessoa-chave, que é o comandante da Força Nacional, que ninguém sabe onde estava naquele dia. Mas a imprensa brasileira, uma parte dela, divulgou que às 16 horas, eles chegaram à Esplanada dos Ministérios quando já estava a quebradeira. E havia um pedido para a Força de Segurança Nacional estar de prontidão, pedido do ministro Flávio Dino. Por que que eles não querem deixar convocar para a gente entender porque que esses prédios não foram preservados? O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia, do União da Bahia, informou que o Ministério da Justiça já solicitou autorização ao Supremo Tribunal Federal para compartilhar as imagens do prédio no dia 8. Ele havia concedido o prazo de 48 horas, que se extinguiu nessa quinta-feira, para o recebimento dos vídeos. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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